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Gigantes do setor investem em cervejas artesanais nos EUA

Grupo Constellation Brands, proprietário de marcas como Corona: pagará US$ 1 bilhão pela californiana Ballast Poin


	Grupo Constellation Brands, proprietário de marcas como Corona: pagará US$ 1 bilhão pela californiana Ballast Poin
 (Scott Olson/Getty Images)

Grupo Constellation Brands, proprietário de marcas como Corona: pagará US$ 1 bilhão pela californiana Ballast Poin (Scott Olson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 06h24.

Nova York.- O sucesso das cervejas artesanais nos Estados Unidos incentivou nos últimos meses as gigantes do setor a investirem grandes quantias para se unirem a pequenos produtores que ganham cada vez mais fatias do mercado.

"Se você não pode vencer seu inimigo, junte-se a ele". O ditado, aplicado ao mercado, costuma se transformar em algo do tipo: "se você tem muito mais dinheiro, compre seu inimigo", exatamente o que fazem as grandes empresas.

O exemplo mais recente foi visto nesta semana, quando o grupo Constellation Brands - um dos maiores produtores de bebidas alcoólicas do mundo e proprietário de marcas como Corona - anunciou que pagará US$ 1 bilhão pela californiana Ballast Point.

Essa é a maior operação já presenciada pelo setor cervejeiro artesanal e confirma uma clara estratégia por parte dos grandes fabricantes.

Em setembro, a Heineken adquiriu 50% da Lagunitas, outra popular marca da Califórnia e uma das maiores cervejarias do universo das pequenas e independentes fabricantes, graças a sua distribuição em todo o país.

A Anheuser-Busch InBev, por sua vez, já comprou várias fabricantes em diferentes regiões do país, como a Goose Island Brewery, de Chicago; a Blue Point Brewing, de Nova York; e a Elysian Brewing, de Seattle.

Muitas dessas companhias surgiram, paradoxalmente, como resposta a tudo o que representavam cervejas como o ícone dos catálogos da AB InBev: a Budweiser.

Pouco a pouco, o que surgiu como um negócio local e em pequena escala, ganhou terreno graças a um público disposto a pagar mais por cervejas mais encorpadas e saborosas.

Segundo os últimos dados, a indústria artesanal tem 10% do mercado nos EUA, que gera em conjunto US$ 100 bilhões ao ano e em 2014 registrou um crescimento de 18% com relação ao ano anterior.

Essa força das cervejas artesanais contrasta com a estagnação do restante do setor cervejeiro e a tendência ainda parece longe de enfraquecer.

De acordo com a Brewers Association, que representa milhares de pequenas empresas, as cervejarias artesanais podem dominar 20% do mercado até 2020.

Embora não haja uma definição clara sobre que constitui uma empresa artesanal, esta associação leva em conta as que produzem menos de seis milhões de barris, que utilizam principalmente ingredientes tradicionais e que tenham menos de 25% de sua propriedade nas mãos de um grande fabricante.

Diante da proliferação de pequenas empresas, as gigantes do setor se reduziram em quantidade nos últimos anos por meio de multimilionárias fusões.

Neste ano, a AB InBev - maior cervejaria do mundo, resultado da combinação da belga Interbrew e da brasileira Ambev - deu mais um passo com a compra da rival britânica SABMiller por mais de US$ 100 bilhões.

A empresa resultante da combinação dos dois negócios, que será chamada de Newco, produzirá cerca de 30% da cerveja consumida no mundo todo, com presença em mais de 80 países e uma força de trabalho conjunta de 225 mil pessoas. 

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