Negócios

Gigantes chinesas de dispositivos móveis se unem para enfrentar Play Store

Empresas querem desenvolver uma plataforma para facilitar a venda de apps em mercados estrangeiros e competir com plataforma do Google

Huawei: o Google, cujos serviços são proibidos na China, faturou cerca de 8,8 bi de dólares em 2019 (Hannibal Hanschke/Reuters)

Huawei: o Google, cujos serviços são proibidos na China, faturou cerca de 8,8 bi de dólares em 2019 (Hannibal Hanschke/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 6 de fevereiro de 2020 às 16h25.

Shenzhen — A Xiaomi, a Huawei, a Oppo e a Vivo estão se unindo para criar uma plataforma para desenvolvedores fora da China fazerem o upload de aplicativos em todas as suas lojas de aplicativos simultaneamente, em uma medida que analistas dizem ter como objetivo desafiar o domínio da Play Store do Google.

As quatro empresas estão eliminando as falhas no que é conhecido como Global Developer Service Alliance (GDSA). A plataforma visa facilitar a desenvolvedores de jogos e de outros aplicativos a venda seus apps em mercados estrangeiros, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto.

A ideia inicial era que a GDSA fosse lançada em março, disseram fontes, embora não esteja claro como isso será afetado pelo recente surto de coronavírus.

Um site protótipo diz que a plataforma cobrirá inicialmente nove "regiões", incluindo Índia, Indonésia e Rússia.

As quatro empresas se recusaram a comentar o assunto.

O Google, cujos serviços são proibidos na China, faturou cerca de 8,8 bilhões de dólares em todo o mundo com a Play Store em 2019, disse Katie Williams, analista da Sensor Tower. O Google também vende conteúdo como filmes, livros e aplicativos na loja e cobra uma comissão de 30%.

O Google não respondeu a um pedido de comentário.

"Ao formar essa aliança, cada empresa procurará aproveitar as vantagens das outras em diferentes regiões, como a forte base de usuários da Xiaomi na Índia, da Vivo e da Oppo no sudeste da Ásia e da Huawei na Europa", disse Nicole Peng, vice-presidente de dispositivos móveis da Canalys.

Juntas, as quatro empresas representaram 40,1% dos envios mundiais de dispositivos móveis no quarto trimestre de 2019, segundo a consultoria IDC.

Embora a Oppo, a Vivo e a Xiaomi tenham acesso total aos serviços do Google nos mercados internacionais, a Huawei perdeu o acesso a novos dispositivos no ano passado, depois que os Estados Unidos proibiram fornecedores norte-americanos de vender bens e serviços para a empresa, citando preocupações com a segurança nacional.

A GDSA pode atrair alguns desenvolvedores de aplicativos ao fornecer mais exposição do que na abarrotada Play Store, e a nova plataforma pode oferecer melhores incentivos monetários, disseram analistas.

No entanto, gerenciar a aliança pode ser um desafio, disse Peng. "A execução é difícil, pois é difícil dizer qual empresa está ganhando mais peso e investindo mais nela. Não vimos o modelo de aliança funcionar bem no passado."

Acompanhe tudo sobre:GoogleHuaweiVivoXiaomi

Mais de Negócios

Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 bi

Bezos economizou US$ 1 bilhão em impostos ao se mudar para a Flórida, diz revista

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados