Gigante chinesa Baidu encerra operações no Brasil
Empresa chegou a ter até 40 milhões de usuários únicos no País - maior parte deles graças ao Peixe Urbano, que vendeu ao Groupon no ano passado
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de julho de 2018 às 19h30.
Última atualização em 12 de julho de 2018 às 19h34.
A gigante chinesa de internet Baidu está encerrando suas operações brasileiras. As informações foram confirmadas ao jornal "O Estado de S. Paulo" por fontes próximas à empresa.
É o ponto final de uma trajetória de cinco anos, que começou com estardalhaço, mas depois foi perdendo seu brilho: inicialmente, o plano do Baidu era se tornar uma referência no uso de aplicativos , buscas e navegação, com soluções de segurança, busca e otimização de performance no sistema operacional Android.
A empresa chegou a ter até 40 milhões de usuários únicos no País - maior parte deles graças ao Peixe Urbano, empresa que adquiriu em 2014 por valores não revelados e vendeu ao Groupon no ano passado.
Além da venda do Peixe Urbano, que teve resultados positivos pela primeira vez sob a gestão da chinesa, o Baidu também sofreu com reveses nos últimos tempos no País. Duas foram marcantes: a desistência da criação do fundo Easterly Ventures, que aplicaria US$ 60 milhões, ao longo de quatro anos, em startups de estágio inicial; e uma derrota judicial para a PSafe, que acusou o Baidu de tentar prejudicá-la, acusando seus serviços de serem danosos aos aparelhos dos usuários.
Em redes sociais, a presença da empresa no Brasil também tem sido bastante diminuta: no Twitter, a marca não publica nada desde o início de 2017; o mesmo vale para sua página oficial no Facebook.
Inteligência artificial
O contexto global também pode ter afetado a decisão da empresa para deixar o País - nos últimos tempos, o Baidu tem se voltado cada vez mais para pesquisas na área de inteligência artificial, atuando menos com produtos voltados aos consumidores.
Nas últimas semanas, por exemplo, anunciou uma parceria com a Ford para o desenvolvimento de tecnologias de direção autônoma.A empresa, vale lembrar, já foi conhecida como Google chinês, por ter entre seus principais produtos um buscador, bastante popular na China - onde o Google nem o Bing, da Microsoft, atuam.