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Ghosn suprime cargo de número dois da Nissan após decepções

Assim como na Renault há menos de três meses, Carlos Ghosn suprimiu o cargo de número dois da Nissan e agora tenta reorganizar a direção da empresa

O presidente da Nissan, Carlos Ghosn: reorganização ocorre após os resultados financeiros decepcionantes da Nissan (Jiji Press/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2013 às 12h06.

Tóquio - Assim como na Renault há menos de três meses, Carlos Ghosn suprimiu o cargo de número dois da Nissan e agora tenta reorganizar a direção da empresa após os resultados financeiros decepcionantes da montadora japonesa.

Ghosn descreveu a nova organização da segunda maior montadora de automóveis japonesa nesta sexta-feira durante uma coletiva de imprensa em sua sede em Yokohama (Tóquio), convocada de última hora, o que deu origem a muita especulação.

Até então número dois da Nissan, Toshiyuki Shiga passa a ser vice-presidente do conselho de administração e suas funções executivas atuais serão divididas em favor de um trio.

Hiroto Saikawa, atual diretor de competitividade, herdou a direção das operações na China. Andy Palmer, nomeado diretor de planejamento, se ocupará, entre outras coisas, da estratégia de "veículos sem emissões", incluindo carros elétricos, cujas vendas lutam para decolar. Enquanto Trevor Mann será o diretor de performance, responsável pela marca Datsun que a Nissan acaba de ressuscitar em países emergentes da Ásia, e também de veículos comerciais.

Em agosto, o número dois da Renault, Carlos Tavares, renunciou depois de ter afirmado que, por falta de chances de um dia substituir Ghosn à frente da marca, procuraria um posto fora da empresa. No início de setembro, a fabricante francesa, principal acionista da Nissan, anunciou a nomeação de dois diretores adjuntos para assumir as funções de Tavares.

"Estamos substituindo uma pessoa por duas para concentrar a nossa atenção em nossas prioridades", justificou Ghosn, que comanda tanto a Renault quanto a Nissan.

Em Yokohama ele disse que neste momento "a direção da Nissan precisa ser rejuvenescida".

"O fato de que já não precisamos de um número dois mostra que estamos mais maduros em termos de gestão, isso se aplica tanto a Renault como a Nissan".


Aos 59 anos e chefe do grupo japonês há 12, Ghosn não parece, no entanto, ter a intenção de deixar o cargo.

"Haverá um momento em que serei substituído, mas esta decisão cabe aos proprietários da empresa", afirmou o CEO com um sorriso.

Os anúncios aconteceram no dia da apresentação dos resultados financeiros que decepcionaram. Para o ano fiscal de 1º de abril de 2013 a 31 de março de 2014, a Nissan diminuiu em 15% a previsão de lucro líquido, a 355 bilhões de ienes (2,73 bilhões de euros).

A montadora acredita ter vendido apenas 5,2 milhões de veículos durante o ano, contra 5,3 milhões, devido a dificuldades na Europa maiores do que previsto.

Ghosn afirmou, no entanto, estar confiante na capacidade do grupo de cumprir com o seu plano estratégico de médio prazo, que prevê chegar a uma participação de 8% no mercado mundial até o ano de 2016-2017, enquanto espera apenas 5,9% no primeiro semestre do ano corrente - uma queda de 0,3 ponto percentual.

As vendas diminuíram 8,3% na China, onde os consumidores hesitam em comprar veículos japoneses devido a uma disputa territorial entre os dois países. Elas recuaram 6,1% na Europa, onde o mercado automobilístico está em crise, mas também registraram um desempenho aquém em mercados promissores asiáticos e latino-americanos.

Nos Estados Unidos, onde a demanda se recuperou, as vendas aumentaram 14,5%, impulsionadas pelo sedã Altima e o utilitário Pathfinder. A Nissan também vendeu mais no Japão, onde seu minicarro Dayz decolou, assim como no Oriente Médio.

Apesar de uma forte desvalorização do iene, que elevou o valor das receitas no exterior, o lucro líquido do grupo aumentou 6,8%, a 189,8 bilhões de ienes (1,46 bilhão de euros).

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Tóquio - Assim como na Renault há menos de três meses, Carlos Ghosn suprimiu o cargo de número dois da Nissan e agora tenta reorganizar a direção da empresa após os resultados financeiros decepcionantes da montadora japonesa.

Ghosn descreveu a nova organização da segunda maior montadora de automóveis japonesa nesta sexta-feira durante uma coletiva de imprensa em sua sede em Yokohama (Tóquio), convocada de última hora, o que deu origem a muita especulação.

Até então número dois da Nissan, Toshiyuki Shiga passa a ser vice-presidente do conselho de administração e suas funções executivas atuais serão divididas em favor de um trio.

Hiroto Saikawa, atual diretor de competitividade, herdou a direção das operações na China. Andy Palmer, nomeado diretor de planejamento, se ocupará, entre outras coisas, da estratégia de "veículos sem emissões", incluindo carros elétricos, cujas vendas lutam para decolar. Enquanto Trevor Mann será o diretor de performance, responsável pela marca Datsun que a Nissan acaba de ressuscitar em países emergentes da Ásia, e também de veículos comerciais.

Em agosto, o número dois da Renault, Carlos Tavares, renunciou depois de ter afirmado que, por falta de chances de um dia substituir Ghosn à frente da marca, procuraria um posto fora da empresa. No início de setembro, a fabricante francesa, principal acionista da Nissan, anunciou a nomeação de dois diretores adjuntos para assumir as funções de Tavares.

"Estamos substituindo uma pessoa por duas para concentrar a nossa atenção em nossas prioridades", justificou Ghosn, que comanda tanto a Renault quanto a Nissan.

Em Yokohama ele disse que neste momento "a direção da Nissan precisa ser rejuvenescida".

"O fato de que já não precisamos de um número dois mostra que estamos mais maduros em termos de gestão, isso se aplica tanto a Renault como a Nissan".


Aos 59 anos e chefe do grupo japonês há 12, Ghosn não parece, no entanto, ter a intenção de deixar o cargo.

"Haverá um momento em que serei substituído, mas esta decisão cabe aos proprietários da empresa", afirmou o CEO com um sorriso.

Os anúncios aconteceram no dia da apresentação dos resultados financeiros que decepcionaram. Para o ano fiscal de 1º de abril de 2013 a 31 de março de 2014, a Nissan diminuiu em 15% a previsão de lucro líquido, a 355 bilhões de ienes (2,73 bilhões de euros).

A montadora acredita ter vendido apenas 5,2 milhões de veículos durante o ano, contra 5,3 milhões, devido a dificuldades na Europa maiores do que previsto.

Ghosn afirmou, no entanto, estar confiante na capacidade do grupo de cumprir com o seu plano estratégico de médio prazo, que prevê chegar a uma participação de 8% no mercado mundial até o ano de 2016-2017, enquanto espera apenas 5,9% no primeiro semestre do ano corrente - uma queda de 0,3 ponto percentual.

As vendas diminuíram 8,3% na China, onde os consumidores hesitam em comprar veículos japoneses devido a uma disputa territorial entre os dois países. Elas recuaram 6,1% na Europa, onde o mercado automobilístico está em crise, mas também registraram um desempenho aquém em mercados promissores asiáticos e latino-americanos.

Nos Estados Unidos, onde a demanda se recuperou, as vendas aumentaram 14,5%, impulsionadas pelo sedã Altima e o utilitário Pathfinder. A Nissan também vendeu mais no Japão, onde seu minicarro Dayz decolou, assim como no Oriente Médio.

Apesar de uma forte desvalorização do iene, que elevou o valor das receitas no exterior, o lucro líquido do grupo aumentou 6,8%, a 189,8 bilhões de ienes (1,46 bilhão de euros).

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