Gerdau sofre com preço da matéria-prima e lucro cai

São Paulo – A Gerdau atribuiu a queda de 15% em seu lucro líquido em 2011 em relação a 2010 ao descompasso entre o custo das matérias-primas e a capacidade de recuperar esse gasto no preço dos produtos vendidos. A empresa registrou lucro de 2,098 bilhões de reais no ano passado.

“O que impactou o lucro líquido foi o descompasso de crescimento no custo das matérias-primas e a capacidade de recuperar preços”, afirmou Osvaldo Schirmer, vice-presidente executivo de finanças, controladoria e relações com investidores, em audioconferência com jornalistas, realizada hoje. Os preços que mais impactaram foram os de minério de ferro, ferro gusa e carvão mineral, segundo Schirmer. 

“Fechamos o ano de 2011 com bom desempenho operacional e financeiro”, afirmou André B. Gerdau Johannpeter, diretor-presidente da Gerdau. O ano teve uma desaceleração da economia global e a crise europeia, lembrou o executivo. A empresa bateu seu recorde de vendas em 2011

No mundo, a produção de aço foi de 1,5 bilhão de toneladas em 2011, um aumento de 7% sobre o ano anterior. Excluindo a China, a produção teve aumento de 5%. No Brasil, a produção de aço cresceu 7% em 2011, muito influenciada pela entrada de um novo player, segundo Gerdau. Nos Estados Unidos o crescimento foi de 7% em 2011. 

Perspectivas

Segundo Gerdau, estimativas do FMI apontam para crescimento de 3,3% no PIB global em 2012 e o consumo de aço poderá crescer 5,4% em 2012. Cerca de 70% desse consumo deverá ocorrer em economias em desenvolvimento. No Brasil, a perspectiva para o consumo de aço é de um crescimento de 7% sobre 2011. 

Investimentos

A Gerdau planeja investir 10,3 bilhões de reais em 2011, aproximadamente 70% destinados ao Brasil. No final de 2012, a empresa vai iniciar a produção de aços planos. Gerdau lembrou ainda sua preocupação com o processo de desindustrialização da cadeia do aço 

O plano de investimentos indica uma redução nos em relação ao plano 2011-2015. Além de alguns investimentos já terem sido feitos, segundo Schirmer, a empresa tem certa cautela perante a situação mundial.