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Gerdau corta investimentos e revisa plano para mineração

A companhia divulgou mais cedo que o lucro líquido do terceiro trimestre caiu para menos da metade do lucro apurado no mesmo período do ano passado

Gerdau: resultado financeiro negativo maior pesou por conta da desvalorização do real contra dólar (Gerdau SA/via Bloomberg News)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2014 às 14h42.

São Paulo - O grupo siderúrgico Gerdau , líder no segmento de aços longos nas Américas, cortou em 12,5 por cento os investimentos previstos para este ano e colocou em revisão plano de ampliação de sua capacidade de produção de minério de ferro, em um cenário de baixa demanda por aço no Brasil e queda no preço da commodity.

A companhia divulgou mais cedo que o lucro líquido do terceiro trimestre caiu para menos da metade do lucro apurado no mesmo período do ano passado, afetado pela fraqueza da economia brasileira e queda na demanda na América Latina, enquanto o resultado financeiro negativo maior pesou por conta da desvalorização do real contra o dólar.

Segundo o presidente-executivo da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, o plano de investimento da companhia para este ano foi reduzido de 2,4 bilhões de reais para 2,1 bilhões de reais.

Os investimentos previstos para este ano, mesmo antes da redução, já estavam abaixo da média anual de 2,6 bilhões de reais nos últimos três anos.

Nos nove meses até setembro, os investimentos da Gerdau em ativo imobilizado totalizaram 1,6 bilhão de reais.

"O cenário hoje mostra que devemos reduzir esse nível de investimento. Estamos com nível de 70 a 75 por cento de capacidade ocupada no Brasil e no mundo", disse o executivo em teleconferência com jornalistas.

Parte da redução no plano de investimento deve-se à revisão nos estudos da companhia para ampliar sua capacidade de produção de minério de ferro, atualmente em 11,5 milhões de toneladas por ano.

A Gerdau vinha há vários trimestres avaliando oportunidades para elevar a capacidade para 18 milhões de toneladas em 2016 e para 24 milhões de toneladas ano em 2018.

A decisão ocorreu em um momento em que o preço do minério caiu para o menor nível em mais de cinco anos. N

esta quarta-feira, a commodity era negociada a 76 dólares por tonelada, menor patamar desde junho de 2009.

A queda acumulada no ano chega a quase 43 por cento.

Às 13h56, as ações da Gerdau exibiam alta de 0,96 por cento, a 11,55 reais, enquanto o Ibovespa recuava 1,17 por cento.

"Achamos bem-vinda a redução do investimento para este ano. Por meses, alguns investidores vinham questionando o nível de investimento da Gerdau", afirmaram em relatório analistas do BTG Pactual.

Questionado sobre quando uma decisão sobre a revisão dos planos de investimento em mineração será tomada, o vice-presidente financeiro da companhia, André Pires, preferiu não cravar uma data ou dar mais detalhes.

Ele comentou, porém, que a queda no preço do minério deve ajudar a Gerdau a melhorar a competitividade de exportações de tarugo e placas de aço a partir do Brasil.

QUEDA DE QUASE 60%

Entre julho e setembro, o lucro líquido da companhia somou 262 milhões de reais, queda de 59,2 por cento na comparação anual.

O balanço do terceiro trimestre foi impactado por menor geração de caixa, com recuo de 13,4 por cento Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) sobre um ano antes, a 1,224 bilhão de reais, e da margem para 11,4 por cento.

Analistas estimavam, em média, Ebitda de 1,18 bilhão de reais para a Gerdau no terceiro trimestre e margem de 11,2 por cento.

A produção de aço bruto da companhia teve recuo anual 0,8 por cento no período, a 4,5 milhões de toneladas, com as vendas de aço caindo 4,5 por cento na mesma base, a cerca de 4,6 milhões de toneladas, principalmente em função do desempenho no Brasil.

As vendas de aço longo no Brasil no terceiro trimestre caíram 11 por cento sobre o mesmo período do ano passado, para 2,42 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr) que representa o setor.

O presidente da companhia afirmou que espera que o novo governo tome medidas para melhorar a competitividade do setor industrial.

"Nossa expectativa é que haja retomada do crescimento. Precisamos de medidas que já temos tratado nos últimos anos para dar competitividade ao Brasil (...) Se nada for feito a participação da indústria (no PIB) pode cair abaixo de 10 por cento", disse Johannpeter.

Ele citou como exemplos de medidas a reforma tributária, retomada nos investimentos em infraestrutura e redução no custo de capital.

No balanço da Gerdau, o Ebitda das operações brasileiras da empresa teve queda anual de 37 por cento no terceiro trimestre, para 587 milhões de reais, enquanto nas operações na América do Norte o Ebitda cresceu mais de duas vezes e meia, para 337 milhões de reais.

O resultado financeiro da Gerdau também contribuiu para a queda no lucro, ficando negativo em 575 milhões de reais, ante 206 milhões de reais em igual etapa de 2013, principalmente em função da desvalorização do real ante o real sobre a dívida em moeda estrangeira, além de maiores despesas financeiras decorrentes do aumento da dívida bruta.

A Gerdau encerrou o período com dívida líquida de 13,45 bilhões de reais, ante 12,47 bilhões de reais ao fim do segundo trimestre.

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São Paulo - O grupo siderúrgico Gerdau , líder no segmento de aços longos nas Américas, cortou em 12,5 por cento os investimentos previstos para este ano e colocou em revisão plano de ampliação de sua capacidade de produção de minério de ferro, em um cenário de baixa demanda por aço no Brasil e queda no preço da commodity.

A companhia divulgou mais cedo que o lucro líquido do terceiro trimestre caiu para menos da metade do lucro apurado no mesmo período do ano passado, afetado pela fraqueza da economia brasileira e queda na demanda na América Latina, enquanto o resultado financeiro negativo maior pesou por conta da desvalorização do real contra o dólar.

Segundo o presidente-executivo da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, o plano de investimento da companhia para este ano foi reduzido de 2,4 bilhões de reais para 2,1 bilhões de reais.

Os investimentos previstos para este ano, mesmo antes da redução, já estavam abaixo da média anual de 2,6 bilhões de reais nos últimos três anos.

Nos nove meses até setembro, os investimentos da Gerdau em ativo imobilizado totalizaram 1,6 bilhão de reais.

"O cenário hoje mostra que devemos reduzir esse nível de investimento. Estamos com nível de 70 a 75 por cento de capacidade ocupada no Brasil e no mundo", disse o executivo em teleconferência com jornalistas.

Parte da redução no plano de investimento deve-se à revisão nos estudos da companhia para ampliar sua capacidade de produção de minério de ferro, atualmente em 11,5 milhões de toneladas por ano.

A Gerdau vinha há vários trimestres avaliando oportunidades para elevar a capacidade para 18 milhões de toneladas em 2016 e para 24 milhões de toneladas ano em 2018.

A decisão ocorreu em um momento em que o preço do minério caiu para o menor nível em mais de cinco anos. N

esta quarta-feira, a commodity era negociada a 76 dólares por tonelada, menor patamar desde junho de 2009.

A queda acumulada no ano chega a quase 43 por cento.

Às 13h56, as ações da Gerdau exibiam alta de 0,96 por cento, a 11,55 reais, enquanto o Ibovespa recuava 1,17 por cento.

"Achamos bem-vinda a redução do investimento para este ano. Por meses, alguns investidores vinham questionando o nível de investimento da Gerdau", afirmaram em relatório analistas do BTG Pactual.

Questionado sobre quando uma decisão sobre a revisão dos planos de investimento em mineração será tomada, o vice-presidente financeiro da companhia, André Pires, preferiu não cravar uma data ou dar mais detalhes.

Ele comentou, porém, que a queda no preço do minério deve ajudar a Gerdau a melhorar a competitividade de exportações de tarugo e placas de aço a partir do Brasil.

QUEDA DE QUASE 60%

Entre julho e setembro, o lucro líquido da companhia somou 262 milhões de reais, queda de 59,2 por cento na comparação anual.

O balanço do terceiro trimestre foi impactado por menor geração de caixa, com recuo de 13,4 por cento Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) sobre um ano antes, a 1,224 bilhão de reais, e da margem para 11,4 por cento.

Analistas estimavam, em média, Ebitda de 1,18 bilhão de reais para a Gerdau no terceiro trimestre e margem de 11,2 por cento.

A produção de aço bruto da companhia teve recuo anual 0,8 por cento no período, a 4,5 milhões de toneladas, com as vendas de aço caindo 4,5 por cento na mesma base, a cerca de 4,6 milhões de toneladas, principalmente em função do desempenho no Brasil.

As vendas de aço longo no Brasil no terceiro trimestre caíram 11 por cento sobre o mesmo período do ano passado, para 2,42 milhões de toneladas, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr) que representa o setor.

O presidente da companhia afirmou que espera que o novo governo tome medidas para melhorar a competitividade do setor industrial.

"Nossa expectativa é que haja retomada do crescimento. Precisamos de medidas que já temos tratado nos últimos anos para dar competitividade ao Brasil (...) Se nada for feito a participação da indústria (no PIB) pode cair abaixo de 10 por cento", disse Johannpeter.

Ele citou como exemplos de medidas a reforma tributária, retomada nos investimentos em infraestrutura e redução no custo de capital.

No balanço da Gerdau, o Ebitda das operações brasileiras da empresa teve queda anual de 37 por cento no terceiro trimestre, para 587 milhões de reais, enquanto nas operações na América do Norte o Ebitda cresceu mais de duas vezes e meia, para 337 milhões de reais.

O resultado financeiro da Gerdau também contribuiu para a queda no lucro, ficando negativo em 575 milhões de reais, ante 206 milhões de reais em igual etapa de 2013, principalmente em função da desvalorização do real ante o real sobre a dívida em moeda estrangeira, além de maiores despesas financeiras decorrentes do aumento da dívida bruta.

A Gerdau encerrou o período com dívida líquida de 13,45 bilhões de reais, ante 12,47 bilhões de reais ao fim do segundo trimestre.

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