São Paulo - A gigante industrial GE anunciou nesta terça-feira (6) que vai comprar duas fabricantes europeias de máquinas de impressão 3D, a Arcam AB e a SLM Solutions Group, por 1,4 bilhão de dólares (cerca de 4,5 bilhões de reais).
A ideia é aproveitá-las para inovar na produção de componentes de aviões.
A companhia espera que o novo negócio gere receitas de 1 bilhão de dólares até 2020 e traga ganhos em eficiência de 3 a 5 bilhões de dólares nos próximos dez anos.
"A manufatura aditiva (como é chamada tecnicamente a impressão 3D) é uma parte central da evolução da GE para uma empresa da indústria digital", disse em nota Jeff Immelt, CEO e presidente do conselho da companhia.
Segundo ele, a corporação está preparada para ser cliente e também uma das principais fornecedoras desse tipo de tecnologia.
Os dois acordos de compra serão fechados por meio de oferta pública de aquisição de todas as ações em circulação de cada empresa. As operações ainda dependem de aprovações regulatórias.
Ao fim do processo, ambas irão responder a David Joyce, presidente da GE Aviação.
Reforço 3D
Desde 2010, a GE investiu cerca de 1,5 bilhão de dólares em tecnologias de impressão 3D. Por meio do seu braço de ciência dos materiais, já registrou 346 patentes na área de metalurgia do pó – processo de produção de peças a partir de pó metálico.
Ela é líder na utilização de componentes metálicos "impressos" em 3D e já produz bicos de combustíveis para motores de aeronaves da Boeing e da Airbus, por exemplo.
Segundo a empresa, mais de 11.000 motores com peças feitas a partir desse processo já estão em fabricação. Até 2020, a produção deve subir para 40.000.
"A manufatura aditiva se encaixa no modelo de negócios da GE de ser líder em tecnologias que alavancam a integração de sistemas, ciência dos materiais e produtividade digital", disse Joyce, que comanda a GE Aviação.
O braço de impressão 3D ficará concentrado na Europa, mas vai utilizar o ecossistema global da GE. A empresa já possui laboratórios produção e pesquisa no assunto em Nova York e na Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Quem são as compradas
A Arcam AB tem sede em Mölndal, na Suécia. Ela tem 285 funcionários e faturou cerca de 68 milhões de dólares no ano passado.
A companhia inventou uma máquina de fusão por feixe de elétrons para impressão 3D à base de metal e também fabrica pós metálicos avançados. Seus clientes são da indústria aeroespacial e de saúde.
Já a SLM Solutions é baseada em Lübeck, na Alemanha, e fabrica máquinas a laser para impressão 3D. Ela tem clientes na área aeroespacial, de energia, saúde e automóveis.
Suas receitas somaram 74 milhões de reais em 2015 e ela tem aproximadamente 260 funcionários.
A GE tem em torno de 300.000 empregados e faturou 117,4 bilhões de dólares no ano passado.
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1. Negócios fechados
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1/12 (Patricia de Melo Moreira/AFP)
São Paulo – Grandes
fusões e aquisições podem levar meses, até anos para serem concluídas, depois do anúncio. É preciso ter consenso de uma série de detalhes, além de aprovações para que o acordo possa realmente sair do papel. Nesta lista, fornecida pela Merrill DataSite, empresa de solução de data room virtual para processos de due dilligence, estão reunidos os 10 maiores negócios concluídos no país em 2015. Confira o estudo completo com o detalhe de cada transação a seguir.
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2. Telefônica Brasil
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2/12 (REUTERS/Susana Vera)
Alvo: GVT Em agosto de 2014, a
Telefônica
Brasil pagou R$ 26,2 bilhões por 100% das ações da
GVT, que então pertenciam a francesa Vivendi. Mas o negócio foi concluído apenas em maio de 2015 e por isso lidera o ranking.
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3. Altice
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3/12 (Bloomberg)
Alvo: PT Portugal A francesa Altice concluiu a aquisição de 100% do capital social da PT Portugal por aproximadamente R$ 20,1 bilhões. Grande parte do montante foi destinado ao pagamento das dívidas da PT Portugal. A compra foi anunciada em novembro de 2014, mas só foi concluída em junho de 2015.
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4. Oi
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4/12 (Marcelo Correa / EXAME)
Alvo: Portugal Telecom Depois de uma longa negociação,
Oi e
Portugal Telecom concluíram um acordo de fusão, anunciado em 2013. O negócio envolveu R$ 14,7 bilhões em ações da Portugal Telecom incorporadas pela Oi de acionistas privados. O negócio, concluído em setembro de 2015, acabou por criar uma nova operadora de telecomunicações, a CorpCo, uma multinacional com cerca de 100 milhões de clientes. Pelo acordo, a PT passou a deter 25,6% do capital social da empresa criada, com a opção de aumentar sua participação em até 37,4% - o restante ficou com a brasileira Oi.
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5. Cielo
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5/12 (WIKIMEDIA COMMONS)
Alvo: Nova empresa A
Cielo e a subsidiária do
Banco do Brasil, Elo Cartões, formaram uma joint venture de R$ 11,6 bilhões, tendo R$ 8,1 bilhões sido aportados pela Cielo e R$ 3,5 bilhões em ativos do banco. A nova empresa fará a gestão das transações de débito e crédito feitas por meio do Ourocard, do Banco do Brasil. Das ações, 70% são da Cielo e 30% do banco (que tem participação na Cielo também e terá de forma direta e indireta cerca de 50,05% da joint venture).
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6. Rumo
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6/12 (Divulgação)
Alvo: ALL A Rumo Logística conclui a incorporação da ALL- América Latina Logística em março de 2015, quando as ações da ALL passaram a ser negociadas como Rumo na BM&F Bovespa. A companhia desembolsou R$ 10 bilhões pelo negócio.
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7. Ecolab
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7/12 (Divulgação)
Alvo: negócio de tratamento de água O negócio de tratamento de água e comercialização de produtos químicos da suíça Clariant no Brasil, Argentina e Colômbia foi adquirido pela Ecolab, por um valor não divulgado. Com a compra, concluída em março de 2015, a empresa americana pretende ampliar sua presença no setor.
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8. British American Tobacco
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8/12 (Germano Lüders/EXAME.com)
Alvo: Souza Cruz A empresa britânica British American Tobacco concluiu uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) na
Souza Cruz no valor de R$ 9,32 bilhões – R$ 27,20 por ação. Com a finalização da transação, a BAT passou a deter 97,70% do capital social da Souza Cruz, com o plano de tirar a companhia da bolsa de valores.
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9. JBS
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9/12 (Diego Giudice/Bloomberg)
Alvo: Divisão de carne suína Por meio de sua subsidiária norte-americana, a JBS comprou os ativos da divisão de carne suína da Cargill, sediada em Minnesota, por um valor de R$ 5,623 bilhões A divisão Cargill Pork inclui duas fábricas de processamento de carne, cinco de ração e quatro granjas de suínos.
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10. BTG
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10/12 (Thinkstock/Ingram Publishing)
Alvo: BSI Bank O banco brasileiro
BTG Pactual concluiu em setembro de 2015 a aquisição do banco privado suíço BSI Bank por R$ 4,954 bilhões – uma transação anunciada em julho de 2014. Foi a primeira vez que uma instituição bancária de investimentos brasileiro comprou um banco relevante na Europa.
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11. JBS
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11/12 (Divulgação)
Alvo: Moy Park Também em setembro, a Marfrig concluiu a venda de 100% do capital social da sua subsidiária irlandesa Moy Park para a JBS por R$ 4,851 bilhões. Com o negócio, a Marfrig espera focar em produtos que tragam maior ganho, como a exportação de carne bovina, enquanto a JBS pretende expandir o fornecimento de carne de aves para Ásia e Europa.
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12. Por falar em desafios...
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12/12 (Divulgação)