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GE amplia em mais de 70% capacidade de turbinas eólicas

De olho no potencial de energia eólica do Brasil, a empresa americana está lançando turbinas mais potentes


	Geração de energia eólica: a GE é líder de mercado em equipamentos de energia eólica no Brasil
 (Evaristo Sa/AFP)

Geração de energia eólica: a GE é líder de mercado em equipamentos de energia eólica no Brasil (Evaristo Sa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2015 às 19h25.

São Paulo - De olho no potencial de energia eólica do Brasil, a norte-americana GE está lançando turbinas mais potentes no país, em um momento em que também amplia sua produção de máquinas para o setor, o que aumentará a capacidade da fábrica instalada em Campinas (SP) em mais de 70 por cento.

A GE, líder de mercado em equipamentos de energia eólica no Brasil, projeta com as expansões poder ofertar máquinas com até 1,2 gigawatt em capacidade de geração por ano, ante 680 megawatts dos níveis atuais, adiantaram executivos da empresa à Reuters.

As novas turbinas a serem comercializadas pela empresa terão 2,3 mewawatts e 2,4 megawatts em potência, contra 1,7 megawatt das vendidas até então, enquanto a capacidade da fábrica da empresa em Campinas, que produz "hubs" e "nacelles" eólicas, passará de 400 para 500 equipamentos por ano.

"O compromisso da GE com o mercado eólico brasileiro é de longo prazo", afirmou o diretor comercial para energias renováveis da GE na América Latina, Sergio Souza.

Segundo ele, as usinas a vento estão ocupando um espaço na matriz elétrica brasileira que antes pertencia às hidrelétricas, o que permite vislumbrar muitas oportunidades de negócios por vir.

"Enxergamos que, até a gente chegar no limite físico de inserção de energia eólica, para que não se tenha efeitos indesejáveis da intermitência (natural dessa fonte), ela vai ocupar espaço e crescer. Serão pelo menos dez anos de crescimento forte no país", disse Souza.

Neste mês, o país alcançou a marca de 7 gigawatts em usinas eólicas instaladas, o que representa metade da potência da hidrelétrica binacional de Itaipu. A Abeeólica, associação que reúne investidores do setor, aposta que esse número pode chegar a 27 gigawatts até 2023.

Com o grande interesse dos investidores, a fonte eólica liderou, ainda, a lista de empreendimentos que participarão do próximo leilão de energia, que acontece em 21 de agosto, com 8,3 gigawatts em usinas, quase 90 por cento do total habilitado.

A GE não divulgou o valor investido na expansão, que deverá ser concluída até o final do próximo ano.

O diretor de suprimentos para renováveis da GE na América Latina, Rodrigo Ferreira, disse que a produção da fábrica poderia ter uma rápida expansão adicional, com a contratação de mais pessoas e a criação de novos turnos. Mas tal movimento exigiria reforço na capacidade também de produtores de outros componentes utilizados nas turbinas.

"O principal motivo pelo qual vamos ampliar a capacidade é nossa parceria com a SKF (fabricante de rolamentos eólicos). O principal gargalo era justamente esse, pois só havia um fornecedor, e estamos junto com eles dobrando essa capacidade", explicou Ferreira.

Segundo dados compilados pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a GE é a líder em turbinas eólicas instaladas no Brasil, com 1,4 gigawatt, ou 20 por cento do mercado.

Em seguida aparecem a alemã Wobben, com 1 gigawatt, ou 15 por cento, e a espanhola Gamesa, com 978 megawatts, ou 14 por cento.

DOBRANDO A BASE

O diretor comercial da GE, Sergio Souza, disse que a empresa chegará brevemente a 2 gigawatts de equipamentos em operação no Brasil, sendo que até o final de 2016 esse número dobrará para 4 gigawatts, com a marca de 2 mil turbinas entregues e em funcionamento.

"Temos uma participação no mercado que está se mantendo bem estável desde 2009... e isso considerando que, quando chegamos, já havia quase 1 gigawatt em operação no país", disse Souza.

O diretor também comentou que a GE está "em negociações bem avançadas" com empresas que pretendem participar do próximo leilão de energia a ser realizado pelo governo, o A-3, em 21 de agosto.

Embora considere que o preço teto para as eólicas, de 184 reais por megawatt-hora, ficou "bem justo", Souza acredita que haverá projetos aptos a vender energia no certame.

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