Negócios

Gabrielli: investimentos continuam mesmo com a crise

Presidente da Petrobras acredita que rebaixamento da nota dos EUA não vai mudar os planos da empresa

Não há "nenhuma hipótese" rever os investimentos, destacou Gabrielli (Divulgação/Petrobras)

Não há "nenhuma hipótese" rever os investimentos, destacou Gabrielli (Divulgação/Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 13h00.

São Paulo - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou hoje que ainda é muito cedo para se ter uma visão clara do efeito da redução do rating (nota de risco) dos Estados Unidos sobre grandes parâmetros da economia. A capacidade da Petrobras de atrair recursos, entretanto, permanece inalterada, segundo o executivo. "Acredito que temos possibilidade de atrair recursos mesmo em momentos turbulentos", afirmou.

Gabrielli acrescentou que não há "nenhuma hipótese" de a companhia rever os investimentos previstos no Plano de Negócios 2011-2015. O executivo ressaltou que o plano foi apresentado há poucas semanas e, além disso, ainda não há uma visão clara da dimensão da crise na economia dos países desenvolvidos.

A venda de participação em empresas, por outro lado, pode ser revista devido à crise. "Podemos escolher um outro momento para vender", afirmou Gabrielli, em referência a ações detidas pela Petrobras em diversas companhias. Uma das opções seria a venda de participação em distribuidoras de gás, conforme antecipado pela Agência Estado. "É possível, entre outras alternativas", afirmou Gabrielli após ser questionado sobre o tema. As vendas de ativos devem ser concluídas em um prazo de 2 anos a 2,5 anos, segundo o executivo.

O impacto da crise no preço do petróleo também é imprevisível, ponderou Gabrielli. "Vai depender do comportamento dos investidores com títulos do governo americano. Ainda não está claro se eles vão vender ou não (esses títulos)", afirmou. A venda desses títulos, assim como a venda de ações, movimento que se intensificou nos últimos dias, pode resultar em uma migração de recursos. "Esse volume de recursos vai ser aplicado em algum lugar", disse, sugerindo que esse movimento possa ter reflexo no mercado futuro de commodities (matérias-primas).

No mercado físico, complementou Gabrielli, há uma pressão de queda de consumo em países como Estados Unidos e Japão, mas ampliação da demanda em países como China, Índia e Brasil. Da mesma forma, a disponibilidade de recursos poderia ser benéfica para empresas não sediadas nos Estados Unidos, como é o caso da Petrobrás.

Ainda durante entrevista a jornalistas em São Paulo, Gabrielli voltou a afirmar que será necessário, em algum momento, elevar o preço da gasolina no mercado brasileiro. "O preço precisará ser aumentado, mas não estou dizendo quando", ponderou.

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