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Fusões e aquisições deixam setor da cana mais sólido, diz Unica

São Paulo - Os acordos para fusões e aquisições entre usinas de cana ocorridos nos últimos meses, especialmente aqueles que envolveram empresas estrangeiras, deixaram o setor sucroalcooleiro do Brasil mais forte para enfrentar momentos de dificuldades como os registrados em 2009, avaliou o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank.   "A […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

São Paulo - Os acordos para fusões e aquisições entre usinas de cana ocorridos nos últimos meses, especialmente aqueles que envolveram empresas estrangeiras, deixaram o setor sucroalcooleiro do Brasil mais forte para enfrentar momentos de dificuldades como os registrados em 2009, avaliou o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank.

"A gente percebe que isso está gerando um setor mais sólido, com mais estrutura de capital e com maior capacidade de fazer frente às demandas", declarou ele nesta terça-feira, durante seminário da F.O. Licht em São Paulo.

O presidente da Unica referiu-se em particular à entrada da Shell no segmento de açúcar e etanol, com a joint venture formada com a Cosan.

"A Shell seguiu a BP e a Petrobras, que já tinham participação no setor. Mas ela entrou com muito mais força, e inaugura a atuação de petroleiras na indústria de baixo carbono", declarou.

De acordo com dados apresentados pela Unica no evento, na nova safra (2010/11) 22 por cento das companhias terão capital estrangeiro, contra 7 por cento em 2007/08.

Ao mesmo tempo, a produção está mais concentrada. Enquanto em 2004/05 cinco empresas respondiam por 12 por cento do volume produzido, em 2009/10 a participação dessas grandes aumentou para 27 por cento.

Jank citou exemplos de negociações como a Santelisa Vale, comprada pela Louis Dreyfus Commodities, a negociação da Moema, adquirida pela Bunge, além da aquisição da Brenco pela ETH.

Além desses, ele lembrou da compra de uma participação majoritária na Equipav pela indiana Shree Renuka, e também do avanço do Bertin no setor de biocombustíveis, com a negociação com a Infinity.

Com companhias mais fortes no setor, observou Jank, a indústria provavelmente ficará menos sujeita a enfrentar problemas como os gerados pela escassez de crédito durante a crise de 2009, quando muitas empresas foram levadas a vender etanol barato no mercado interno para tentar fazer caixa.

De qualquer forma, destacou Jank, o setor ainda é bastante pulverizado perto de outros, apesar de um novo padrão estar se consolidando.

LONGO PRAZO

Para o presidente da Unica, o setor ainda tem grandes perspectivas de crescimento no futuro, seja pela maior demanda por açúcar vinda de países emergentes, seja pela maior utilização de biocombustíveis no mundo desenvolvido e no Brasil.

"Pelo etanol, o grande aumento que se espera é pela frota flex (no Brasil), que ainda é de 40 por cento do mercado", embora 90 por cento dos carros novos já sejam flex, declarou ele, destacando que as exportações do biocombustível são promissoras no futuro.

"Neste momento, não tem nenhum país com suprimento garantido de etanol", acrescentou, lembrando que isso poderia mudar se o mundo desenvolvido tivesse menos barreiras à importação do etanol brasileiro, o mais competitivo entre os existentes.

Na safra anterior, houve uma escassez de etanol no mercado doméstico, em meio a problemas climáticos e financeiros.

Até a safra 2020/21, a produção de etanol do Brasil deverá crescer para 65 bilhões de litros, ante cerca de 26 bilhões de litros atualmente, enquanto a produção de açúcar aumentará para 45 milhões de toneladas, contra 33 milhões registrados hoje.

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