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Fungo pode ser opção biodegradável ao plástico

Cientistas revelam que as características estruturais, químicas e mecânicas do F. fomentarius podem ser usadas na produção de materiais sustentáveis, ultraleves e resistentes

Tinder Fungus  or Hoof Fungus (Fomes fomentarius) on a dead tree trunk in Cannobina Valley, Province of Verbano Cusio Ossola, Piedmont Region in the Lepontine  Alps of Northern Italy. (Federica Grassi/Getty Images)

Tinder Fungus or Hoof Fungus (Fomes fomentarius) on a dead tree trunk in Cannobina Valley, Province of Verbano Cusio Ossola, Piedmont Region in the Lepontine Alps of Northern Italy. (Federica Grassi/Getty Images)

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Publicado em 29 de março de 2023 às 07h30.

A estrutura complexa do fungo comedor de madeira Fomes fomentarius pode ser utilizada para criar uma alternativa biodegradável ao plástico, revelou um estudo publicado em fevereiro na revista Science Advances sobre as propriedades mecânicas desse ser vivo. 

Realizada por um grupo de cientistas do Centro de Pesquisa Técnica VTT da Finlândia, a pesquisa sinaliza pela primeira vez as complexas características estruturais, químicas e mecânicas adaptadas ao longo da evolução pelo fungo, que podem ser usadas para produzir materiais sustentáveis, ultraleves, robustos e resistentes a impactos, usados na fabricação de coletes à prova de balas, equipamentos esportivos, exoesqueletos para aeronaves, entre outros. 

As particularidades do fungo

Os humanos há muito usam o F. fomentarius - também chamado de "fungo do casco" por causa de sua semelhança visual com o casco de um cavalo - colhido na natureza para alimentar o fogo. Também tem sido usado para criar alguns itens de vestuário, incluindo chapéus. 

Mas ao analisar a estrutura interna de F. fomentarius mais profundamente, os cientistas vislumbraram as microestruturas que dão ao fungo sua consistência forte e leve. O que eles descobriram foi extremamente promissor. 

Composto por filamentos finos conhecidos como hifas, o micélio (corpo vegetativo) do fungo forma redes semelhantes a raízes que se espalham pelo solo ou por materiais em decomposição.

Na espécie, essa rede pode ser dividida em três camadas distintas. A rede de micélio é o componente primário em todas as camadas, mas cada uma exibe uma microestrutura muito distinta com orientação preferencial única.

Ao analisarem a composição do corpo de frutificação de F. fomentarius, por meio de amostras coletadas na Finlândia, que passaram por testes de resistência mecânica e varreduras, os cientistas identificaram as três camadas: uma crosta externa dura e fina envolvendo uma parte espumosa por baixo e pilhas de estruturas tubulares ocas no núcleo.

Segundo o estudo, os tubos ocos, que compõem a maior parte dos corpos de frutificação, podem resistir a impactos maiores do que a camada espumosa, e sem sofrer grandes deslocamentos ou deformações.

De acordo com os cientistas, as partes do fungo eram tão fortes quanto madeira compensada, pinho ou couro, mas, ainda assim, bem mais leves do que esses materiais. Os corpos de frutificação ainda oferecem proteção contra insetos ou galhos caídos, e suportam os rigores da mudança das estações.

Esse tipo de resistência pode inspirar o desenvolvimento de novos materiais sintéticos. 

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