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Fundos de investimento captam R$25 bi no semestre

Depois de uma perda de 65,3 bilhões em 2008, indústria de fundos espera crescer 20% este ano

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A indústria brasileira de fundos de investimento saiu de uma perda de 65,3 bilhões de reais no último semestre do ano passado para uma captação líquida de 25 bilhões de reais entre janeiro e julho, o que representa um crescimento de 115% comparado aos primeiros seis meses de 2008, segundo a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).

O vice-presidente da Anbid, Alexandre Zákia, acredita que esse crescimento é um indicador de que o mercado já está se normalizando depois do auge da crise financeira global no final de 2008. E reafirmou sua projeção, do início do ano, de que o setor cresceria 20% ao longo de 2009, tendo em vista um crescimento de 9,3% no patrimônio líquido dos fundos neste primeiro semestre do ano.

Até o mês de junho, o patrimônio líquido dos fundos acumulou 1,24 trilhão de reais, ante aos 1,13 trilhão de reais registrados em dezembro do ano passado. Deste total: 28,4% estão alocados nos fundos de renda fixa, 22,3% nos multimercados, 15% nos referenciado DI, 11% em ações, 10% em previdência, 9,3% em outros (FIDCs e FIPs) e 3,9% nos de curto prazo.

De forma geral, as categorias contribuíram positivamente na captação dos fundos, registrando um acréscimo de 13,4 bilhões de reais comparado ao primeiro semestre de 2008. Os únicos segmentos que destoaram dos demais foram os referenciado DI, com 7,87 bilhões de reais de perdas, e os multimercados, com decréscimo de 4,86 bilhões de reais. Zákia classificou a fuga dos DI como "normal". O movimento de saída decorre da queda dos juros, já que esse tipo de investimento é atrelado à taxa Selic.

De acordo com os dados da Anbid, os fundos brasileiros apontaram bom desempenho na rentabilidade. A renda fixa, por exemplo, apresentou ganho médio de 5,64% no primeiro semestre de 2009, acumulando rentabilidade de 12,64% em 12 meses. Os referenciado DI renderam na média 5,47% no semestre e 12,26% em 12 meses. Ambos ficaram acima da rentabilidade acumulada pelo CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que foi de 5,33% de janeiro a junho e de 12,31% em 12 meses.

Outro fator que demonstrou a retomada do setor de fundos foi o aumento de participação de ações e previdência. De 2002 a 2009, essas duas categorias cresceram de de 8,9% para 11% e de 2,9% para 10%, respectivamente. Para se ter uma idéia, a média atual de participação em ações no mundo é de 34% e antes da crise era de 42%. O Brasil ainda está distante dessa marca, mas Zákia é otimista quanto ao futuro. "Se a economia brasileira continuar evoluindo como está, poderíamos atingir até 15% de participação até o final de 2010", afirmou o vice-presidente da Anbid.

Taxa de administração no varejo

Um estudo elaborado pela Anbid com os seis maiores administradores de fundos de varejo do país revelou que a taxa de administração dos fundos de renda fixa do setor caiu em média 30% de 2004 até 2009, passando de 1,61% para 1,13%. No caso dos referenciado DI, houve diminuição de 18% nos últimos cinco anos, de 1,82% para 1,49%. As ações declinaram 12%, de 2,58% para 2,27% de taxa.

O único segmento que não obteve queda foi o de multimercados, com taxa de 1,38% para 1,72%, o equivalente a uma alta de 25%. Segundo Zákia, esse tipo de aplicação necessita de taxas maiores devido ao maior risco que oferece. Dessa forma, o fundo multimercado precisa de uma gestão mais sofisticada do que os outros.

Para Zákia, as taxas de administração cobradas no Brasil são razoáveis e estão dentro dos padrões internacionais. Os principais custos embutidos nas taxas são: distribuição, gestão, emissão, resgate e escrituração da cota.

A partir de agosto, a Anbid informará, mensalmente, em seu site a evolução das taxas médias por tipo de fundo.
 

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