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Fundos com BB e Votorantim colocam à venda parque eólico no Ceará

Segundo fontes, o movimento de venda ocorre em meio a um forte interesse de investidores por ativos de energia renovável

Energia eólica: um leilão para novos projetos realizado em dezembro registrou os menores preços da história para contratos das fontes no país (Andreas Rentz / Staff/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 16h10.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2018 às 16h18.

São Paulo - Fundos de investimento coordenados pelo banco Votorantim e pelo Banco do Brasil e a empresa de energia Enerplan estão em busca de compradores para um complexo de usinas eólicas no Ceará em que são sócios, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

O parque eólico Faísa, formado por cinco usinas, com investimentos de mais de meio bilhão de reais, soma uma capacidade instalada de 136,5 megawatts e está em operação na cidade de Trairi, a 80 quilômetros de Fortaleza.

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O movimento de venda ocorre em meio a um forte interesse de investidores por ativos de energia renovável, que estão ganhando competitividade no Brasil.

Um leilão para novos projetos de geração eólica e solar realizado em dezembro registrou os menores preços da história para contratos das fontes no país, em meio a uma forte competição entre empresas pela autorização para construir usinas.

O empreendimento no Ceará foi comprado pelos fundos FIP-IE BB Votorantim Energia Sustentável I, II e III e pela Enerplan em 2012, e eles investiram cerca de 540 milhões de reais para a construção das usinas, que tiveram a produção vendida antecipadamente em um leilão de energia realizado pelo governo brasileiro em 2009.

"O parque Faísa está à venda, e já deve ter gente olhando", disse uma das fontes, que participa de processos de fusões e aquisições e falou sob a condição de anonimato.

Uma segunda fonte, de uma empresa do setor eólico, disse que foi sondada sobre a venda do parque.

Inaugurado no final de 2014, o parque no Ceará utiliza turbinas eólicas da fabricante indiana Suzlon, que no ano passado anunciou o fechamento de suas operações no Brasil.

A saída da fornecedora do país tem prejudicado o processo de venda das usinas, uma vez que o novo dono provavelmente precisará buscar um outro fabricante para prestar serviços de operação e manutenção dos equipamentos, disse a segunda fonte.

"Quando a Suzlon saiu (do Brasil), o parque perdeu valor", disse a fonte, que falou sob anonimato.

O braço de energia do Grupo Votorantim anunciou no final do ano passado uma joint venture para investimentos em energia limpa no Brasil junto ao Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), o que incluiu a transferência para a nova empresa de um parque eólico da Votorantim Energia no Piauí.

O complexo eólico de Faísa, no entanto, não entrou na transação.

As fontes não comentaram possíveis valores envolvidos na negociação do parque no Ceará.

Na mais recente aquisição de um empreendimento eólico anunciada no Brasil, realizada pela joint venture entre Votorantim e CPPIB, as empresas compraram um parque da Casa dos Ventos na divisa entre o Piauí e Pernambuco, de 359 megawatts, que recebeu investimentos de 1,8 bilhão de reais.

Procurada pela Reuters, a Votorantim Asset disse que não vai comentar o assunto. O BB também recusou-se a comentar por estar em período de silêncio. Um porta-voz da Enerplan não quis falar sobre o negócio.

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