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Fundo de George Soros compra rede hoteleira Atlantica

O fundo de George Soros terá 74,5% da companhia e o Tal Invest, 20%


	George Soros: a informação foi antecipada pelo Primeiro Lugar On-Line, de Exame.com
 (Akos Stiller/Bloomberg)

George Soros: a informação foi antecipada pelo Primeiro Lugar On-Line, de Exame.com (Akos Stiller/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2014 às 08h43.

São Paulo - O megainvestidor George Soros é o novo dono da segunda maior rede hoteleira do Brasil, a Atlantica Hotels, que opera no País bandeiras como Radisson, Sleep Inn, Comfort e Quality, além de marcas próprias.

A empresa anunciou na quarta-feira, 22, ao mercado e aos seus funcionários que recebeu um aporte do Quantum Strategic Partners, fundo de Soros, e do Tao Invest LLC, fundo do Vale do Silício que aplica em empresas de tecnologia, energia e no ramo hoteleiro.

O negócio foi aprovado pela Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em agosto deste ano. O valor do aporte não foi divulgado, mas, segundo informação publicada pelo Cade, o fundo de George Soros terá 74,5% da companhia e o Tal Invest, 20%. O restante está nas mãos dos administradores.

A Atlantica é uma empresa brasileira, com sede em São Paulo, mas fundada por um grupo de americanos em 1996. O projeto de ter uma rede hoteleira no Brasil era do executivo Barry Conrad, da empresa de hotéis Choice Hotel. Mas ele morreu em um acidente aéreo antes de conseguir iniciar a operação no País, o que acabou sendo feito por seu braço direito, Paul Sistare, hoje presidente da Atlantica.

Na época, Sistare se uniu a outros dois investidores: Gregory Ryan, responsável por trazer a rede McDonald’s para o Brasil, e Nicholas Brady, que foi secretário do Tesouro americano e depois criou o fundo Darby.

"Quando a Atlantica foi criada seus investidores já pensavam em vendê-la", diz Diogo Canteras, sócio da consultoria Hotel Invest, especializada no segmento hoteleiro. "De dois anos para cá, as negociações ficaram mais intensas."

Hoje, a empresa tem 85 unidades em 44 cidades brasileiras. No ano passado, ela faturou R$ 653 milhões, uma alta de 10,4% em relação a 2012. No primeiro semestre deste ano, a rede também registrou crescimento: a receita foi 13% superior à do mesmo período do ano passado, chegando a R$ 364,6 milhões.

A meta da companhia é dobrar de tamanho até 2017, com a abertura de unidades em 13 novas praças. Para isso, já anunciou investimentos de R$ 3 bilhões pelos próximos três anos. O plano agressivo de crescimento, no entanto, não é uma exclusividade da Atlantica. A Accor, sua maior rival e líder do setor no Brasil, com mais de 160 hotéis, também pretende investir R$ 5 bilhões até 2018.

Segundo o comunicado divulgado ontem, o fundador Paul Sistare continuará na presidência executiva. "Estamos satisfeitos em firmar esta parceria com Soros e Tao, ambos investidores focados em negócios de longo prazo e com ampla expertise em apoiar o crescimento de companhias ao redor do mundo. Nossos planos de crescimento mantém-se os mesmos", afirmou Sistare em nota.

Para presidir o conselho de administração da Atlantica, os novos investidores escolheram Doug Geoga, ex-presidente do grupo Hyatt. Soros indicou dois conselheiros e a Tao, um.

A estreia dos dois fundos no mercado brasileiro de hotéis ocorre no momento em que setor passa por uma fase de ajustes, após a realização da Copa do Mundo. Mas a previsão para os próximos anos é de crescimento.

Segundo dados da consultoria BSH International, até 2016 estão previstos investimentos de R$ 12,2 bilhões no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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