Exame Logo

Fundador da Huawei diz que EUA "subestimam" sua empresa

"No período de paz, nos abastecíamos com 50% de chips dos EUA e com 50% da Huawei. Não podem nos isolar", garantiu

Na segunda-feira, os Estados Unidos decidiram adiar, até agosto, a proibição de exportações de tecnologia para a Huawei (PRNewsfoto/Huawei/Divulgação)
A

AFP

Publicado em 21 de maio de 2019 às 08h42.

O fundador da Huawei , Ren Zhengfei, declarou nesta terça-feira que os Estados Unidos "subestimam" sua empresa e que os planos da gigante das telecomunicações envolvendo a tecnologia 5G não serão afetados por decisões de Washington para bloqueá-lo. "Os políticos americanos, com sua atual forma de agir, demonstram que subestimam nossa força", disse Ren em entrevista ao canal estatal CCTV.

Segundo Zhengfei, o grupo tem estoques de chips e "não ficará isolado" do mundo neste sentido. "A rede 5G da Huawei não será afetada para nada", prometeu Ren Zhengfei na entrevista. "Em matéria de tecnologia 5G, as outras empresas não alcançarão a Huawei em dois ou três anos".

Veja também

No domingo, o Google - cujo sistema Android equipa a maioria dos smartphones do mundo - anunciou o fim dos seus negócios com a Huawei, o que privaria o grupo chinês de certos serviços Android e seus populares aplicativos Gmail e Google Maps.

Esta decisão também afeta uma gama de empresas americanas, desde fornecedores de software até fabricantes de semicondutores fornecedores da Huawei. "Não vamos prescindir agora dos chips americanos, por capricho. Devemos crescer juntos [com os fabricantes], mas em caso de dificuldade de fornecimento, temos soluções para a reposição", garantiu o fundador da Huawei.

"No período de paz [antes de começar a guerra comercial entre China e EUA] nos abastecíamos com 50% de chips procedentes dos Estados Unidos e com 50% procedentes da Huawei. Não podem nos isolar do restante do mundo", garantiu Zhengfei.

"Google é uma boa empresa e uma empresa muito responsável. Google e Huawei discutem para buscar uma resposta" à proibição dos Estados Unidos de venda de equipamento, declarou Ren Zhengfei durante a entrevista.

Na segunda-feira, os Estados Unidos decidiram adiar, até meados de agosto, a proibição de exportações de tecnologia para a Huawei.

Um anúncio do departamento de Comércio revela que o adiamento foi decidido para que a Huawei e seus sócios tenham tempo "para manter e respaldar as redes e equipamentos existentes e atualmente em pleno funcionamento, inclusive as atualizações de software".

Para os usuários da Huawei, o eventual bloqueio poderá ter consequências importantes, pois o Google atualiza regularmente suas diferentes versões do Android, muitas vezes por motivos de segurança.

Sem as atualizações, os smartphones podem sofrer falhas, a menos que a Huawei decida fazer as atualizações por conta própria.

Outra consequência, mais indireta, é sobre os aplicativos, pois à medida que a Google atualiza o Android, as centenas de milhões de aplicativos propostos em sua App Store também são atualizadas. Essas atualizações dos aplicativos geram uma forma de obsolescência dos aparelhos que não tiveram as últimas atualizações do Android, fazendo que aplicativos não sejam capazes de funcionar.

O grupo chinês não é apenas o atual número dois dos smartphones do planeta, mas também um dos líderes em equipamentos de redes de telecomunicações. No primeiro trimestre deste ano, a Huawei vendeu 59,1 milhões de smartphones, 19% do mercado e mais do que a americana Apple, embora ainda esteja atrás da empresa líder, a sul-coreana Samsung.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEmpresas chinesasHuaweiSmartphones

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame