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Fórum Econômico Mundial para América Latina debate assédio sexual

Três líderes empresariais debateram propostas contra o assédio sexual e a desigualdade de gênero

Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza, falou sobre um canal interno para combater denúncias contra a mulher (Paulo Whitaker/Reuters)

Luiza Trajano, da rede Magazine Luiza, falou sobre um canal interno para combater denúncias contra a mulher (Paulo Whitaker/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de março de 2018 às 14h44.

São Paulo - A luta contra o assédio sexual no entorno laboral e o impulso de políticas para fomentar a igualdade entre homens e mulheres foi um dos temas abordados nesta quarta-feira pelas empresas durante o Fórum Econômico Mundial para América Latina realizado em São Paulo.

Sob o tema "Tolerância zero: limpando o assédio", três líderes empresariais da América Latina debateram propostas para a luta contra o abuso de poder e o assédio sexual, uma discussão que ganhou força no mundo todo.

Luiza Helena Trajano, uma das maiores empresárias do Brasil, ressaltou a iniciativa lançada pela sua empresa, a rede de lojas Magazine Luiza, que incorporou um canal interno para combater denúncias contra a mulher.

A ideia, segundo Trajano, surgiu depois que uma de suas funcionárias, que tinha um "plano de carreira" dentro da empresa, foi assassinada pelo seu companheiro.

No marco das diversas iniciativas a favor da mulher, a companhia dirigida por Trajano também criou uma enquete sobre o assédio que todos os funcionários tiveram que responder a fim de ter uma visão geral sobre tal situação na companhia.

"A minha proposta é conversar sobre isso, têm que parar e conversar. Temos um estudo e trabalhamos agora no processo educativo. O assédio sexual e moral na empresa são intoleráveis", sustentou Trajano, que lidera o "Grupo Mulheres do Brasil", uma rede formada por milhares de mulheres em todo o Brasil.

Andrea Grobocopatel, co-presidente do W20 Argentina, o fórum de debate sobre o empoderamento econômico da mulher nos países que formam o Grupo dos Vinte (G20), denunciou o "machismo" que ainda existe no mundo empresarial e a importância de "desnaturalizar" essa questão.

"Temos que falar da masculinidade, é um tema importante. Ninguém deixa de ser tão homem porque a mulher ganhe mais ou a mulher se empodere", sustentou Grobocopatel.

Por sua vez, o diretor do Western Union no Brasil, Ricardo Amaral, ressaltou que o primeiro passo para que as mulheres cresçam profissionalmente no interior das companhias é "ter consciência disso" como líderes.

"Do nível direção para cima há poucas mulheres. Vimos que na hierarquia interna as mulheres não subiam, mas há um programa agora que reúne às mulheres com alto potencial para fazê-las subir ", sustentou Amaral.

O Fórum Econômico, que termina amanhã na capital paulista, terá a maior participação de mulheres de todas as reuniões do fórum realizadas até o momento na América Latina, que tem como tema "a América Latina num ponto de inflexão: formando novas narrativas".

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