Negócios

Fim de obras da Vale afeta Itabira e Nova Lima em MG

Término acabou coincidindo com a queda livre do preço do minério de ferro e com o freio na economia do País


	Transporte de minério de ferro: fim das obras acabou coincidindo com a queda livre do preço do minério de ferro
 (Rogério Reis/EXAME.com)

Transporte de minério de ferro: fim das obras acabou coincidindo com a queda livre do preço do minério de ferro (Rogério Reis/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2015 às 09h57.

Nova Lima - Nos últimos cinco anos, a construção de quatro usinas de beneficiamento de minério de ferro pela Vale aqueceram a economia de cidades como Itabira e Nova Lima, em Minas Gerais.

Só na unidade de Vargem Grande as obras movimentaram 18,6 mil toneladas de estruturas metálicas e 7,2 milhões de metros cúbicos em aterro na terraplenagem, o equivalente a duas torres Eiffel e 3,4 Maracanãs.

O fim das obras acabou coincidindo com a queda livre do preço do minério de ferro e com o freio na economia do País, aumentando o baque na região.

Para tirar o Projeto Itabiritos do papel cerca de 45 mil pessoas trabalharam desde 2010, apenas de empreiteiras contratadas. Boa parte da mão de obra veio de fora, o que impulsionou atividades como o comércio e o mercado imobiliário.

Presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Itabira (Acita) e dono de uma imobiliária, Marco Aurélio Garcia Matos, conta que o aluguel de um apartamento de 74 m² no bairro Amazonas saltou de R$ 550 antes da obras para R$ 1,5 mil no seu auge. Em 2015 o aluguel já baixou a R$ 900.

"O que está assustando as pessoas em Itabira é que a queda do preço do minério de ferro está culminando com o final do projeto da Vale. Era algo previsto, mas nem todos se preparam”, diz ele, para quem a economia local está “de volta para o passado" após uma espécie de bolha gerada pelo Itabiritos.

Corte

O Sindicato Metabase Itabira registra 300 demissões diretas de funcionários pela Vale em 2015, contra uma média histórica anual de 120. É impacto da derrocada do preço do minério.

A cotação do produto acumula queda de cerca de 30% no ano, o que reduz a arrecadação de royalties sobre a commodity pelas prefeituras dos municípios produtores. Apesar disso, Matos avalia que a situação é menos grave que a gerada pela crise financeira global de 2009.

O Metabase estima ainda que 3.200 terceirizados das obras do Projeto Itabiritos foram dispensados desde janeiro. Segundo a Vale, seis mil pessoas ainda atuam nos projetos Cauê Itabiritos e Conceição Itabiritos I e II, que serão desmobilizados até o fim de 2016.

Mais antigas, as operações da Vale em Minas têm sido mais atingidas que as do Pará pelo cenário negativo.

Neste mês a companhia confirmou o corte de 25 milhões de toneladas de produção de minério de ferro nos sistemas Sul e Sudeste, localizados no Estado. No dia 7, a mineradora pôs em férias coletivas por um mês 170 empregados de usinas de tratamento de minério a seco das minas de Feijão e Jangada, em Brumadinho e Sarzedo.

As unidades foram paralisadas porque produzem um minério mais pobre a um custo alto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasMinas GeraisMineraçãoSiderúrgicasUsinasVale

Mais de Negócios

Marca de infusões orgânicas cresce com aumento do consumo de chás no Brasil e fatura R$ 6 milhões

Descubra 4 formas de pedir empréstimo e quais são as vantagens e desvantagens de cada uma

Apoio Financeiro no RS: prazo para adesão ao termina nesta sexta-feira; saiba como se inscrever

Com nova fábrica, Gelato Borelli vai triplicar produção e planeja faturar R$ 360 milhões em 2024

Mais na Exame