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Fibria anuncia aumento no preço de celulose e impulsiona ações

A companhia informou que o novo preço da tonelada de celulose na Europa passará para 1.030 dólares por tonelada

Fibria: o último aumento anunciado pela Fibria ocorreu em novembro (Rich Press/Bloomberg)

Fibria: o último aumento anunciado pela Fibria ocorreu em novembro (Rich Press/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 15h34.

São Paulo - A Fibria, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, anunciou nesta quinta-feira aumento no preço de celulose para a América do Norte, Europa e Ásia a partir de 1º de fevereiro e a expectativa de analistas é de que outras empresas do setor acompanhem o movimento.

A companhia informou que o novo preço da tonelada de celulose na Europa passará para 1.030 dólares por tonelada, enquanto na América do Norte o novo valor será de 1.210 dólares. Em ambos os casos, os reajustes são de 30 dólares. Para a Ásia, o aumento será de 20 dólares, para 830 dólares por tonelada.

O último aumento anunciado pela Fibria ocorreu em novembro.

As ações da Fibria aceleraram a alta após o anúncio e valorizavam-se 4,35 por cento, a 52,50 reais, na B3 por volta das 14h45. Na máxima até o momento, chegaram a 53,80 reais.

O setor de papel e celulose como um todo na Bovespa começou o dia em alta e acelerou os ganhos após o anúncio, tendo também como pano de fundo relatório de analistas do Bradesco BBI, com perspectiva positiva para os preços de celulose e colocando Fibria como a preferida.

"Nós estamos ainda mais otimistas com celulose e estamos elevando nossas estimativas de preços de celulose em 11, 18 e 17 por cento em 2018, 2019 e 2020 (respectivamente)", afirma a equipe liderada por Thiago Lofiego.

Entre os principais gatilhos para o comportamento dos preços, o Bradesco BBI cita aumento da produção de papel na China, aceleração do ciclo de crescimento global, incluindo Europa e substituição de fibra na China.

No final do ano, em encontro com investidores, a Fibria informou que seguia confiante em relação à demanda da China, o que contribuiu com uma série de reajustes nos preços da celulose este ano.

Entre os demais papéis do setor, Suzano Papel e Celulose subia 4,17 por cento e Klabin avançava 2,25 por cento, na ponta positiva do Ibovespa, que tinha variação negativa de 0,3 por cento.

Analistas do Bradesco BBI e do Itaú BBA avaliam que outras fabricantes de celulose também devem anunciar aumentos similares dos preços nos próximos dias.

A partir de cálculos próprios, os analistas do Itaú BBA liderados por Marcos Assumpção acreditam que os preços na Europa e América do Norte estão defasados em relação aos da Ásia em 20 a 30 dólares por tonelada, o que significa que a diferença de 10 dólares no anúncio de aumento entre as regiões ainda não é suficiente para fechar a lacuna existente.

Procurada pela Reuters, a Suzano Papel e Celulose disse que "está analisando as condições de mercado para se posicionar a respeito".

No relatório distribuído mais cedo, Lofiego e equipe reiteraram a recomendação 'outperform' para Fibria e Suzano e elevaram os respectivos preços-alvo de 63 para 71 reais e de 25 para 28 reais. No caso de Klabin, a classificação é 'neutra', com preço-alvo de 22 reais ante 21 reais anteriormente.

Em comunicado mais tarde, após o anúncio, o Bradesco BBI disse que o anúncio corroborava sua visão para a celulose, com forte demanda de usuários finais, margens saudáveis dos fabricantes de papel e baixos estoques.

Para os analistas do Itaú BBA liderados por Marcos Assumpção, o anúncio pode ser uma surpresa para os investidores que esperavam ver os preços de celulose de eucalipto começando uma tendência descendente no curto prazo, potencialmente conduzindo a preços mais altos por mais tempo se os aumentos forem implementados com sucesso.

"Nós notamos que o anúncio vem após alguma dificuldade para implementar os aumentos pretendidos para dezembro. Nós acreditamos que os preços mais altos são uma das principais razões por trás dos esperados resultados sólidos para as empresas de papel e celulose no quarto trimestre de 2017, provavelmente ajudando os resultados do primeiro trimestre de 2018", afirmou a equipe do Itaú BBA em nota a clientes.

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