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Farmacêutica Sanofi quer se desfazer do medicamento Plasil

Grupo francês colocou à venda um dos seus tradicionais medicamentos, avaliado em cerca de R$ 70 milhões


	Funcionário em fábrica da Sanofi: pelo menos três laboratórios com operações no País estão interessados em adquirir o Plasil
 (Vincent Moncorge/ Sanofi via Bloomberg)

Funcionário em fábrica da Sanofi: pelo menos três laboratórios com operações no País estão interessados em adquirir o Plasil (Vincent Moncorge/ Sanofi via Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2014 às 08h47.

São Paulo - O grupo francês Sanofi colocou à venda um dos seus tradicionais medicamentos, o Plasil. Pelo menos três laboratórios com operações no País estão interessados em adquirir o produto, avaliado em cerca de R$ 70 milhões, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. 

O laboratório sul-africano Aspen Pharma e os nacionais Daudt Oliveira e FQM Farmoquímica, todos com fábrica no Rio de Janeiro e atuação no segmento de medicamentos isentos de prescrição, estariam entre os interessados, afirmaram fontes. As negociações deverão ser concluídas nas próximas semanas. As vendas do Plasil no País atingem receita de cerca de R$ 20 milhões anuais.

Procuradas, as farmacêuticas Sanofi e Aspen não comentam o assunto. O laboratório Daudt Oliveira não retornou aos pedidos de entrevista. A FQM nega que esteja na negociação.

Fontes ouvidas pelo jornal afirmaram que a Aspen Pharma tem interesse em adquirir o produto no Brasil e também na América Latina. A Sanofi também colocou à venda outros três medicamentos comercializados no México.

Nos últimos anos, o grupo farmacêutico Aspen tem adotado a estratégia de adquirir medicamentos que não mais interessam às empresas que os desenvolveram. É uma maneira de a empresa expandir sua presença em mercados emergentes. A Aspen tem forte penetração na África e Austrália.

Ainda de acordo com fontes, o grupo Sanofi deverá colocar à venda medicamentos de seu portfólio global a partir do segundo semestre.

Venda

A estratégia de vender medicamentos que não fazem mais sentido ao negócio das farmacêuticas é muito comum no setor. No ano passado, o grupo anglo-holandês Reckitt Benkinser firmou contrato com a BMS (Bristol-Myers Squibb) para comercializar na América Latina os produtos da linha OTC da farmacêutica americana, que decidiu concentrar seus negócios em medicamentos inovadores. No Brasil, os produtos mais conhecidos são Luftal e Naldecon.


Em recente entrevista ao jornal O Estado, Jiri Kulik, vice-presidente da Reckitt para América Latina, disse que a companhia tem interesse em adquirir a divisão de medicamentos isentos de prescrição (OTC, na sigla em inglês) de outros grupos, caso o negócio seja considerado estratégico à empresa.

Desafio

A Sanofi, uma das maiores farmacêuticas globais, enfrenta desde o fim de 2012 o desafio de recuperar suas vendas no mercado de genéricos no Brasil. A empresa, que era líder nesse segmento, foi perdendo espaço e hoje é vice-líder, atrás do grupo nacional EMS, com sede em Hortolândia (SP).

Até 2011, a Medley reinava absoluta nesse mercado. Entre o fim de 2012 e o início do ano passado, o grupo Sanofi promoveu uma verdadeira reestruturação na sua gestão, provocada pela perda de participação da companhia nesse setor.

Além da mudança no comando da Medley, com a chegada do executivo Wilson Borges, ex-CEO do laboratório italiano Zambon, o presidente do grupo Sanofi, Heraldo Marchezini, deixou a empresa no ano passado. O executivo Patrice Zagamé, ex-Novartis, assumiu o comando da farmacêutica no Brasil.

A perda de participação da Medley, que era comandada pela família Negrão até o fim de 2009, quando foi adquirida pelo grupo francês, tem sido significativa.

Em 2013, a companhia fechou com 19,35%, queda de 7,1 pontos porcentuais sobre 2012. Em 2012, a Medley tinha 31,2%. O setor farmacêutico tem sido impulsionado no Brasil pelas vendas de medicamentos de genéricos, que garantem expansão acima de dois dígitos nos últimos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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