Os veículos da montadora japonesa Toyota não são os únicos que ameaçam a hegemonia da General Motors. Agora, a GM tem de se preocupar também em defender sua posição na Bolsa de Nova York diante de rivais bem menores: os carrinhos da Mattel. A fabricante de carros em miniatura ultrapassou, em valor de mercado, a maior montadora dos Estados Unidos.

Na semana passada, as ações da GM atingiram a menor cotação desde 1954, com a divulgação de um relatório do Merrill Lynch, em que o banco americano afirma que a montadora pode ir à falência, caso suas vendas continuem se deteriorando. Segundo o banco, seria necessário um aporte de 15 bilhões de dólares para manter a empresa operando.

A primeira vez em que a Mattel superou o valor da GM foi em 26 de junho, perdendo o posto rapidamente. Mas, desde 2 de julho, a empresa segue à frente da montadora. No início da tarde desta segunda-feira (7/7), as ações da Mattel eram negociadas a 17,15 dólares na Bolsa de Nova York, com queda de 0,41%. Já as ações da GM eram cotadas a 10 dólares, com queda de 1,19%.

Um sinal de como as perspectivas das duas empresas são distintas é a própria recepção dos analistas aos números de ambas. Os maus resultados da GM - como a queda, em junho, de 18% nas vendas nos Estados Unidos - contribuem fortemente para a depreciação dos papéis. Já a Mattel divulgou seu primeiro prejuízo trimestral em três anos - uma perda de 46,6 milhões de dólares entre janeiro e março, causada pela concorrência com os produtos chineses. Apesar disso, suas ações vêm sustentando altas na bolsa, ao contrário das da maior montadora americana.

A concorrência com os asiáticos não prejudicou a venda dos carrinhos da Mattel. No primeiro trimestre, a "montadora" elevou a receita de vendas das miniaturas em 15%. O desempenho contrasta com o da GM, que viu suas vendas encolherem no mês passado. Em 2007, a empresa apresentou 38,7 bilhões de dólares de prejuízo - o maior de toda a sua centenária história.