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Fabricante de airbags Takata declara falência

A empresa, que já foi a número dois mundial dos airbags, concluiu um acordo para transferir suas atividades a uma fabricante de autopeças americana

Takata: os problemas nos airbags da empresa foram responsáveis por ao menos 16 mortes (Toru Hanai/Reuters)

Takata: os problemas nos airbags da empresa foram responsáveis por ao menos 16 mortes (Toru Hanai/Reuters)

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AFP

Publicado em 26 de junho de 2017 às 10h06.

Última atualização em 26 de junho de 2017 às 10h06.

A empresa de autopeças japonesa Takata, acusada de vender durante anos airbags defeituosos em todo o mundo, que mataram pelo menos 16 pessoas, declarou falência nesta segunda-feira, no capítulo final de um dos maiores escândalos da história do setor de automóveis.

Das 16 mortes registradas pelos problemas nos airbags, 11 aconteceram nos Estados Unidos.

Após uma reunião do conselho de administração nesta segunda-feira, o grupo anunciou ter iniciado o procedimento de insolvência "ante um tribunal de Tóquio e nos Estados Unidos".

Além disso, a filial americana, com sede em Delaware, e suas diferentes unidades, principalmente na China e México, serão afetadas.

A empresa, que já foi a número dois mundial dos airbags, informou que concluiu um acordo para transferir suas atividades a Key Safety Systems (KSS), uma fabricante de autopeças americana que pertence à chinesa Ningbo Joyson Electronic, por 175 bilhões de ienes (1,4 bilhão de euros).

A combinação Takata/KSS formará "um fornecedor de primeira linha com 60.000 funcionários em 23 países", afirmou a KSS em um comunicado diferente, que promete a manutenção do número de empregados da Takata e de fábricas no Japão.

"A KSS vai adquirir a principal parte da Takata, com exceção de alguns ativos e operações vinculados com os airbags", afetados pelo escândalo, informou a empresa americana.

A Takata utilizava em seus airbags um agente químico, nitrato de amônio, mas sem nenhum tipo de agente dessecante, uma combinação que impedia a absorção da umidade e que, em condições climáticas extremas, pode provocar explosões, com a projeção de fragmentos contra o motorista ou os demais passageiros.

A Takata foi fundada em 1933 e começou a utilizar este químico nos anos 2000. Ao que tudo indica, a empresa teria sido avisada rapidamente, mas demorou a reagir, até que o escândalo foi revelado em 2014.

No início do ano, a Takata chegou a um acordo com as autoridades americanas. Acusada de ter escondido o problema por muitos anos, a empresa foi declarada culpada e se comprometeu a pagar uma multa de um bilhão de euros para escapar de um processo.

Mas as demandas civis prosseguem, principalmente nos Estados Unidos, enquanto milhões de veículos ainda precisam ser inspecionados pelos 100 milhões de airbags que foram convocados para um recall em todo o planeta.

De acordo com estimativas da imprensa, a Takata deixa uma dívida de mais de um trilhão de ienes (mais de 8 bilhão de euros), o que significaria a maior falência industrial no Japão após a II Guerra Mundial.

Várias montadoras foram afetadas, incluindo Honda, Toyota, Nissan, BMW, Ford e General Motors.

A Bolsa de Tóquio suspendeu as ações da Takata, que desde a revelação do escândalo em 2014 perderam 95% de seu valor.

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