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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.
O faturamento dos exportadores brasileiros de carne suína, apurado entre janeiro e julho deste ano, está próximo dos 700 milhões de dólares. O valor é mais de 80% superior ao obtido em mesmo período de 2004. Segundo a Associação Brasileira de Produtores de Carne Suína (Abipecs), o preço médio aumentou 38%, enquanto o volume embarcado cresceu 31%, para 352,7 mil toneladas.
"O mercado internacional de carne suína é altamente comprador, ainda que não avance com o mesmo vigor que o de carne bovina", diz José Vicente Ferraz, analista da consultoria de agronegócio FNP. Segundo Ferraz, é preciso considerar que a base de comparação no caso da carne suína é fraca, porque o Brasil padecia no ano passado de barreiras levantadas pela Rússia, a maior consumidora de carnes do Brasil. Além disso, avalia, fornecedores concorrentes dos brasileiros têm passado por vários problemas sanitários, o que favorece o crescimento das exportações.
Em julho, isoladamente, foram embarcadas quase 61 mil toneladas, volume 40% superior à marca de julho do ano passado. A alta em receita ficou em 82,5% ante mesmo mês de 2004, atingindo 116,4 milhões de dólares.
Entre os principais mercados para a carne suína brasileira (veja tabela abaixo) a Rússia responde por alta de quase 100% em faturamento e 40% em volume. A África do Sul está quase ultrapassando a Argentina, com elevações de 77% em valor e 41% em volume entre janeiro e julho deste ano. O caso argentino é o mais negativo, com recuo de 30% em tonelagem e 3,5% em receita.
"No caso argentino, não há barreira oficial, mas os produtores locais reclamaram muito de um pretenso dumping brasileiro, que a indústria local seria destruída etc., e isso certamente levou a medidas informais de contenção das compras", afirma Ferraz.
Desempenho das exportações de janeiro a julho ante mesmo período | ||||
Mercado |
Valor (US$ mi) |
variação |
Quant. (mil ton) |
variação (%) |
Rússia |
451,3 |
99,5% |
223,6 |
39% |
Hong Kong |
47,9 |
31,5% |
34,2 |
9,2% |
Argentina |
24,0 |
-3,5% |
12,4 |
-30% |
África do Sul |
21,3 |
77% |
12,2 |
41% |
Cingapura |
16,2 |
13,4% |
8,4 |
-3,4% |
Fonte: Abipecs |