Google (Alphabet) (Andrew Harrer/Bloomberg/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2020 às 17h49.
Última atualização em 11 de janeiro de 2020 às 17h53.
O diretor jurídio da Alphabet, dona do Google, deixou o cargo depois de uma série de alegações de relacionamentos inapropriados e abusivos com funcionárias da empresa. A companhia anunciou na sexta-feira que David Drummond estava se aposentando do cargo.
O executivo era vice-presidente de desenvolvimento corporativo e o diretor jurídico da Alphabet. Além disso, ele era responsável pelos braços de investimento do grupo.
Em agosto, uma ex-funcionária do Google, Jennifer Blakely escreveu um post em um blog, falando sobre o seu relacionamento com Drummond. Ela o acusa de abandoná-la e ao seu filho e de travar intensas batalhas legais para não pagar pensão.
A saída do executivo é o resultado de uma investigação do conselho de administração da Alphabet sobre comportamentos inapropriados de diretores da empresa.
Blakely começou a trabalhar no departamento jurídico da companhia em 2001, sob a liderança de David Drummond, na época casado e com um filho com a esposa.
De acordo com seu relato, os dois começaram a ter um relacionamento extra-conjugal em 2004 e, em 2007, tiveram um filho.
"David estava completamente ciente que nosso relacionamento violava as novas políticas do Google, que mudaram de desencorajar relacionamentos entre funcionários na mesma linha de comando para banir totalmente esses relacionamentos", escreveu ela.
Por conta da política de recursos humanos, ela foi transferida para outra divisão. Com a promessa de que o diretor iria prover financeiramente para ela e o filho, Blakely deixou o emprego.
Drummond, no entanto, abandonou o relacionamento e Blakely passou os anos seguintes em disputas jurídicas para receber auxílio financeiro, pagamento de pensão ou até mesmo algum contato entre o diretor e seu filho.
A ex-funcionária conta ainda que o diretor teve outros relacionamento extra-conjugais, enquanto ainda se mantinha casado, inclusive com outras funcionárias do Google.
Drummond respondeu o post, em agosto, dizendo que ele "estava longe de ser perfeito". "A história dela levanta muitas alegações sobre nós e outras pessoas, incluindo nosso filho e minha ex-esposa", disse ele.
“Como seria de esperar, existem dois lados em todas as conversas e detalhes que Jennifer conta, e eu tenho uma visão muito diferente sobre o que aconteceu."
O executivo, porém, não se desculpou pelo ocorrido.
Não é o único caso de assédio sexual ou de relacionamentos inapropriados no Google. Em 2018, funcionários da empresa de tecnologia de todo mundo protestaram contra o abafamento de um suposto caso de assédio sexual de um ex-vice presidente, Andy Rubin.