Jean Felipe de Oliveira, da Moni Capital: vamos ajudar esses negócios a vender os produtos ou serviços na região (Moni Capital/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 23 de julho de 2024 às 08h00.
Um dos principais conglomerados de mídia do Sul do país, o Grupo ND, de Santa Catarina, está colocando de pé o seu primeiro fundo para aportar em startups e negócios em fase de crescimento. A Moni Capital começa com R$ 80 milhões, valor previsto para ser investido ao longo dos próximos 5 anos. A composição do fundo mistura recursos financeiros e exposição em mídia, no modelo de ‘media for equity’.
O grupo não abre os números, mas pouco mais da metade dos recursos deve ser em exposição midiática. Comandado por Marcello Corrêa Petrelli, o conglomerado midiático com 35 anos de mercado reúne 7 emissoras de TV, afiliadas à Record e à Record News, o portal ND Mais, o jornal ND, além de rádios.
O modelo de fundos que usam ‘media for equity’ tem crescido no mercado, com veículos de comunicação negociando exposição midiática em troca de participação acionária em startups e negócios em expansão. Nos últimos anos, apareceram desde fundos próprios - como a Globo Ventures, da Globo, e a Quintal Ventures, do Grupo RIC, do Paraná - a independentes, caso da 4Equity - Media Ventures.
Na Moni Capital, estruturada nos últimos 12 meses e com capital próprio, a tese é procurar startups com produtos e serviços que possam se beneficiar de visibilidade em mídia de massa para escalar. Os negócios não precisam ter correlação com a atuação do grupo de mídia.
Ou seja, o fundo é também uma forma de o grupo usar o conhecimento mercado de comunicação como um meio para diversificar a origem da sua receita."Buscamos por um perfil em que não apenas consigamos colocar esses produtos ou serviços dentro da nossa grade de comunicação, mas também ajudá-los a vender esses produtos ou serviços", afirma Jean Felipe de Oliveira, co-CEO da Moni Capital.
No Grupo ND há cinco anos, o executivo ocupava a posição de diretor digital e de inovação. O Moni conta ainda com Ivan da Silva, Co-CEO, Gilberto Kleinübing, como membro do conselho e Leandro Berti, diretor de operações.
O foco do veículo de investimento está em negócios cujo modelo e produtos já estejam validados no mercado. Por ora, não há um tamanho de cheque definido e os aportes podem ser direcionados a empresas em estágios entre pré-seed e séria A.
Com abrangência nacional, o fundo ainda pretende se colocar como uma espécie de concierge, facilitando a entrada de startups ou negócios de outros estados na região Sul do país.
“Em várias indústrias, percebemos que grandes redes não conseguem ter uma penetração muito grande nos três estados do Sul, especialmente em Santa Catarina. Muitas vezes isso acontece porque não conseguem dialogar ou se comunicar de uma maneira mais adequada. E podemos trazer essa expertise de mídia regional”, diz Oliveira.
Na estratégia, a Moni Capital prevê a combinação com redes de comunicação dos estados vizinhos para complementar a estratégia regional. No Rio Grande do Sul, conta com a Record, parceira de longa data, e, no Paraná, com o Grupo RIC, pertencente à mesma família da ND e comandado por Leonardo Petrelli Neto, irmão de Marcello.
A criação da Moni consolida esforços que o grupo já vem colocando em prática. No ano passado, a ND investiu na Sinergy Novas Mídias, empresa gaúcha de Out Of Home (OOH) com mais de 20 anos de experiência. Depois de dois aportes que garantiram o controle do negócio, os novos parceiros fecharam a criação da joint-venture ND Sinergy, com atuação em Florianópolis, a capital catarinense