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Ex-OGX leva minoritários a navio-plataforma

A empresa mostra uma tentativa de retomar a sua credibilidade com os minoritários


	Funcionário da OGX: a visita de quatro acionistas incluiu encontro com o diretor-presidente da companhia
 (Divulgação)

Funcionário da OGX: a visita de quatro acionistas incluiu encontro com o diretor-presidente da companhia (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2014 às 19h40.

Rio - A Óleo e Gás Participações (antiga OGX) levou um seleto grupo de acionistas minoritários para uma visita ao navio-plataforma (FPSO) OSX-1, que incluiu encontro com o diretor-presidente da companhia, Paulo Narcélio. Apenas quatro acionistas participaram da viagem, no último dia 27.

Em processo de recuperação judicial, o movimento da petroleira fundada pelo empresário Eike Batista mostra uma tentativa de retomar a sua credibilidade com os minoritários. 

Procurada, a empresa não quis comentar o assunto e nem justificou como foi feita a escolha de quem conheceu a plataforma. Willian Magalhães, um dos quatro acionistas selecionados, mandou um e-mail com fotos para um endereço eletrônico de um grupo de minoritários. Segundo Magalhães, o convite partiu da OGpar, cerca de uma semana antes da viagem.

"A visita foi ótima. Deu para conhecer a estrutura completa", disse Magalhães ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Os minoritários partiram de helicóptero do aeroporto Santos Dumont, no Rio, num grupo formado também por empregados da empresa. Além de visitar a OSX-1, o grupo fez um sobrevoo pela OSX-3, outra plataforma da OGpar em operação no campo de Tubarão Martelo, também na Bacia de Campos, antes de retornar para o Santos Dumont.

Segundo Magalhães, Narcélio recepcionou os acionistas no aeroporto carioca, mas não acompanhou o grupo. Para o minoritário, ele foi um dos escolhidos por estar "mais próximo" da empresa. "Estive próximo desde o início", disse.


No entanto, o acionista afirmou não saber quais os critérios usados pela empresa. Um dos outros três integrantes do grupo foi indicado pelo próprio Magalhães, a pedido da Ogpar.

Um outro grupo de minoritários da companhia resolveu ir à Justiça contra Eike e ex-membros do Conselho de Administração, acusando-os de fraude e uso de informações privilegiadas na negociação das ações, mas nenhum dos quatro convidados faz parte desse movimento.

O advogado Marcio de Melo Lobo, que faz parte do grupo de minoritários que foram à Justiça, afirma que não foi convidado para a visita e que acha um "desperdício o gasto com helicóptero em meio às dificuldades financeiras enfrentadas pela empresa".

"Além disso, não é levando os minoritários para a plataforma que a empresa irá resolver a situação. É preciso abrir as informações relevantes que buscamos, mas que eles nem ao menos nos respondem", critica.

Lobo diz que recentemente o grupo do qual participa fez um pedido à petroleira para que informasse a fórmula de cálculo para a diluição dos acionistas, mas que a resposta dada foi de que o dado é confidencial. "A empresa continua nos sonegando informações". O grupo já ingressou com três ações na Justiça Federal do Rio contra a petroleira.

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