Rebekah Brooks foi detida por causa da relação com o caso de espionagem jornalística em diversos veículos de imprensa de Murdoch no Reino Unido (Christopher Furlong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2012 às 14h42.
Londres - Rebekah Brooks, que foi a mão direita do magnata Rupert Murdoch no Reino Unido, foi interrogada nesta quarta-feira pela Polícia britânica sobre supostos subornos a funcionários do Ministério da Defesa, informou a agência Press Association.
A ex-diretora dos veículos sensacionalistas The Sun e The News of the World foi interrogada em uma delegacia nos arredores de Londres sobre uma série de provas que foram apresentadas a Scotland Yard pelo Comitê de Gestão e padrões da News Corporation, a empresa de Murdoch, criado após a explosão do escândalo das escutas.
Em comunicado, a Polícia londrina afirmou que "uma mulher de 43 anos foi interrogada em uma delegacia de Buckinghamshire (sudeste da Inglaterra)' por oficiais da operação Elveden, que investiga supostos subornos a policiais e militares em troca de facilitar informações à imprensa".
Essa mulher, identificada como Brooks por vários veículos da imprensa, 'foi libertada pagando fiança e deverá voltar a se apresentar em uma delegacia de Londres em maio para responder a novos interrogatórios', disse a Scotland Yard.
Brooks ficou em liberdade no dia 13 de março, o mesmo dia em que foi detida pela segunda vez por causa da relação com o caso de espionagem jornalística em diversos veículos de imprensa de Murdoch no Reino Unido.
Neste dia também ficou em liberdade seu marido, Charlie Brooks, amigo do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, preso junto com ela por suposta obstrução à justiça.
A jornalista tinha sido detida pela primeira vez no dia 17 de julho, dois dias após renunciar como conselheira delegada da News International, galho britânico da News Corporation.
A relação próxima entre jornalistas e policiais no Reino Unido gerou controvérsia, e nas últimas semanas foi divulgado que a Scotland Yard tinha emprestado a Brooks durante dois anos um cavalo que seria retirado de serviço.
O 'The News of the World' foi o centro de uma polêmica em 2011 ao ser revelado que ele tinha grampeado durante anos celulares de pessoas influentes no Reino Unido, assim como de vítimas de terrorismo e membros das Forças Armadas, para conseguir exclusivas.
Em fevereiro, um alto cargo da Scotland Yard afirmou perante a comissão que investiga os padrões éticos da imprensa britânica que na redação do 'The Sun', o segundo jornal de Murdoch investigado por práticas irregulares, imperava uma 'cultura de pagamentos ilegais' em troca de informação.