Negócios

Ex-diretor da Petrobras relata ameaça na prisão

Paulo Roberto Costa escreveu da carceragem uma carta em que afirma ter sofrido ameaça de um agente policial


	Diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa: o ex-executivo da estatal petrolífera é acusado de tentar destruir provas contra a organização criminosa 
 (Agência Petrobras)

Diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa: o ex-executivo da estatal petrolífera é acusado de tentar destruir provas contra a organização criminosa  (Agência Petrobras)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2014 às 10h46.

São Paulo - O engenheiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, escreveu da carceragem da Polícia Federal em Curitiba uma carta de punho próprio em que afirma ter sido "de novo ameaçado" por um agente policial.

O bilhete foi anexado por sua defesa a um pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Costa está preso desde 20 de março sob suspeita de liderar com o doleiro Alberto Youssef um "grande esquema de lavagem de dinheiro" desarticulado pela Operação Lava Jato, da PF.

Ele é alvo de duas ações judiciais, abertas pela Justiça Federal com base na investigação da PF e denúncias da Procuradoria da República.

Em uma ação, o ex-executivo da estatal petrolífera é acusado de tentar destruir provas contra a organização criminosa que, segundo a denúncia, realizava evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Quando a PF fazia buscas na residência de Costa, no dia 17 de março, familiares dele teriam retirado papéis e arquivos do escritório de sua empresa, a Costa Global.

No outro processo, a Procuradoria acusa o engenheiro por 413 operações de lavagem de dinheiro que teria sido arrecadado por meio de crimes contra a administração pública - peculato e corrupção.

A Lava Jato indica que Costa e Youssef, que também está preso, se associaram para tentar obter a primazia de contratos milionários de órgãos públicos, como a Petrobrás e o Ministério da Saúde.

A investigação revela que o doleiro presenteou o ex-diretor da estatal com uma Land Rover Evoque, de R$ 250 mil. A PF investiga envolvimento de outros funcionários da Petrobras.

A PF já pediu remoção do engenheiro para o presídio de segurança máxima de Catanduvas, a 470 quilômetros de Curitiba. O estabelecimento é reservado aos presos de alta periculosidade.

A Justiça Federal pediu à Procuradoria da República que se manifeste sobre a transferência de Costa.Ainda não há decisão sobre o deslocamento do acusado.

Costa ficou preso inicialmente na Custódia da PF. No dia 28 de abril, foi removido para uma prisão estadual do Paraná. No dia 3 de maio, voltou para a PF porque a administração penitenciária do Estado alegou que não tinha como garantir sua segurança e integridade.

É a segunda vez que Costa usa da estratégia do bilhete em que narra ameaças. Na nova carta, 24 linhas manuscritas em folha de papel almaço, o ex-diretor da Petrobras assina Paulo R. Costa e afirma que sofreu ameaças do "mesmo agente da PF" que já o teria pressionado no início de abril.

No entanto, o ex-diretor não cita o nome do policial nem identifica as testemunhas que afirma existirem da suposta ameaça.

Segundo ele, o agente federal o abordou "neste domingo dia 28 último" - o domingo a que se refere foi 27. O policial lhe teria dito: "Você falou que tinha sido ameaçado por mim e o delegado falou comigo. Eu não terei mais nenhuma boa vontade com você".

Costa diz que passou o fim de semana fechado, "sem banho e caminhada por 48 horas, no sábado e no domingo". Segundo ele, o policial o advertiu. "Você tem que tomar no meio do olho. É por isso que você não vai mais sair daí’." A PF não comentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPolícia FederalPrisões

Mais de Negócios

Empreendedor produz 2,5 mil garrafas de vinho por ano na cidade

Após crise de R$ 5,7 bi, incorporadora PDG trabalha para restaurar confiança do cliente e do mercado

Após anúncio de parceria com Aliexpress, Magalu quer trazer mais produtos dos Estados Unidos

De entregadores a donos de fábrica: irmãos faturam R$ 3 milhões com pão de queijo mineiro

Mais na Exame