Ex-diretor da Embraer se declara culpado de corrupção nos EUA
Colin Steven se declarou culpado de ter subornado autoridades estrangeiras no âmbito da assinatura de um contrato
AFP
Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 20h46.
Um ex-diretor da fabricante brasileira de aviões Embraer se declarou culpado nesta quinta-feira (21) ante um tribunal americano de um caso de corrupção relativo a um contrato com a Arábia saudita, informaram fontes judiciais.
Colin Steven, cidadão britânico de 61 anos, foi acusado de violar lei americana contra a corrupção (FCPA) e se declarou culpado perante um juiz de uma corte de Nova York de ter subornado autoridades estrangeiras no âmbito da assinatura de um contrato.
O mesmo se referia à venda de três aviões de empresas à sociedade petrolífera saudita pública Aramco por 93 milhões de dólares em 2010.
A pena que Steven receberá será anunciada mais adiante, informou o departamento de Justiça em um comunicado, sem precisar a data.
Este tema se enquadra na multa de 205 milhões de dólares paga em outubro de 2016 pela Embraer por ter pago propinas para obter contratos na Arábia Saudita e Índia.
Entre 2008 e 2009 foram pagos subornos no valor de 1,65 milhão de dólares a uma autoridade saudita, enquanto outros pagamentos totalizando 5,7 milhões de dólares foram efetuados na Índia com relação a uma venda de aeronaves militares.
Segundo informaram na ocasião as autoridades americanas, também foram feitos pagamentos ilícitos na República Dominicana e em Moçambique.
A lei FCPA permite às autoridades americanas sancionar sancionar as empresas ou ativos nos Estados Unidos que se declaram culpados de corrupção em qualquer parte do mundo.
O anúncio do departamento de Justiça americano ocorre no mesmo dia em que a Embraer e a gigante americana Boeing confirmaram que negociam uma aliança empresarial.