São Paulo – O empresário Henry Visconde planeja conduzir a Eurobike na contramão do mercado neste ano. Enquanto a venda de automóveis em geral deve crescer cerca de 5% neste ano – praticamente a metade dos 9,8% de 2010 -, Visconde pretende elevar em 35% a venda de carros de luxo. A taxa vem em linha com os 30% que o empresário espera que o mercado de veículos de luxo avance até dezembro. Em valores, isso significa faturar 810 milhões de reais neste ano, ante os 520 milhões de 2010.</p>

Para alcançar esse faturamento, a empresa precisa vender mais de 3.000 carros. “O desafio é manter o crescimento que as montadoras esperam de nós”, diz o empresário. No segmento de luxo, não há grandes pressões das marcas, segundo Visconde. “As montadoras estudam muito o mercado, porque um arranhão nessas marcas custa caro”, afirma.

Para cumprir seu objetivo, a rede vai investir em novas revendas e ampliações. Estão planejados investimentos de 35 a 40 milhões de reais na parte de instalações. Acrescentando novos gastos com pessoal e treinamento, entre outros, o valor salta para 50 milhões de reais. O investimento total será feito com recursos próprios e de bancos. Atualmente, a empresa possui 16 revendas, que trabalham com marcas como Porsche, BMW, Land Rover, Mini Cooper, Volvo e Audi. A idéia é terminar o ano com 19 – e ampliar três já existentes. As novas revendas serão em São Paulo (Audi), Ribeirão Preto (Mini Cooper) e Caxias do Sul (Land Rover e Volvo).

“Este é um negócio de margens apertadas, por isso temos várias marcas para dividir alguns custos”, diz o empresário. A margem de lucro de 2010 foi de 2,5% e deve ser mantida.

O mercado brasileiro de carrões (aqueles com preços acima de 100.000 reais ) está crescendo, mas ainda é pequeno em volume. A venda média anual é de 55.000 unidades, dissolvidos no meio de quase quatro milhões de veículos. Mas isso já foi suficiente para deixar as montadoras mais animadas com o Brasil. O país é um dos poucos que, em meio aos resquícios da crise mundial, apresenta crescimento nesse segmento. O Brasil hoje é o décimo mercado do mundo para a Land Rover, afirma Visconde.

Para o empresário, também é preciso colocar o mercado nas suas devidas proporções e lembrar a diferença de renda que ainda existe entre o Brasil e os países desenvolvidos. “Vender BMW aqui equivale a vender Ferrari nos Estados Unidos”, afirma. Em um Brasil pós-crise mundial, contudo, vender carros de luxo não tem sido tão difícil. “No mercado Premium, quando há otimismo na população, as pessoas compram até para se presentear”, diz Visconde. A Eurobike espera conquistar uma fatia de 10% do segmento. Agora, é esperar para ver se os abonados vão pegar uma carona nos seus planos.