Negócios

Essa indústria bilionária de farinha do RS investe R$ 230 milhões, abre fábrica em SP e vai expandir

Em 2026, a projeção da empresa é faturar 2 bilhões de reais. Caso se concretize, vão dobrar de tamanho em quatro anos

Rogério Tondo, CEO da Orquídea: conservador nos investimentos (Fabio Campelo/Divulgação)

Rogério Tondo, CEO da Orquídea: conservador nos investimentos (Fabio Campelo/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 29 de outubro de 2023 às 10h15.

Os 70 anos da Orquídea, indústria de farinhas, massas, biscoitos e pães de Caxias do Sul, na serra gaúcha, não são o único motivo para a empresa comemorar. Hoje, vivem o primeiro ano com o selo de “negócio bilionário”. O faturamento em 2022 foi de 1,2 bilhão de reais. E a projeção é praticamente dobrar de tamanho nos próximos quatro anos, chegando a receitas de 2 bilhões de reais. Como? Parte da estratégia é acelerar a expansão para fora do Rio Grande do Sul, incluindo uma nova fábrica de R$ 30 milhões em São Paulo. A outra envolve um investimento de R$ 200 milhões em melhorias e novos equipamentos para as atuais fábricas, principalmente a de Caxias do Sul. 

“Vamos usar esse dinheiro basicamente em produtos e na fábrica de biscoito”, diz Rogério Tondo, CEO da Orquídea. “Terá ampliação do parque fabril e da estrutura física, vamos construir prédio, adicionar novas linhas de produção e colocar espaço para novas linhas no futuro”. 

Ranking 2022: Caxias do Sul é a melhor cidade para fazer negócios na indústria

Há apetite para isso. No mercado, o faturamento das fabricantes desse tipo de guloseima cresceu 54%, para 29,2 bilhões de reais em 2022, segundo dados da Abimapi, a associação de fabricantes de farináceos e derivados. Recentemente, a empresa gaúcha lançou uma versão de bolachas de água e sal em embalagens menores, voltadas sobretudo para quem deseja fazer um lanche fitness no meio do trabalho. “É sempre uma aposta, porque fazemos produtos inovadores, que até então não estavam no mercado”, diz Rogério Tondo.

Como será a nova fábrica em São Paulo 

Além do investimento de 200 milhões de reais, outros 30 milhões de reais serão aportados em uma nova fábrica da empresa em São Paulo. Será a primeira linha produtiva da Orquídea fora do Rio Grande do Sul. 

A fábrica será usada principalmente para fabricar produtos da marca Sabor de France, voltada para pães refinados, como ciabatta e multigrãos, além de quitutes típicos de padarias européias, como croissants e pastéis de Belém. São pães pré-assados e congelados. 

Hoje, todos os produtos da marca, comercializados no sul e sudeste do país, saem da fábrica matriz em Farroupilha, na serra gaúcha, inaugurada em 2015. A nova fábrica, que terá a mesma estrutura da unidade atual, contará com equipamentos importados da Europa, e irá gerar cerca de 60 empregos diretos. Este também é o número de colaboradores na matriz, que teve um investimento de 10 milhões de reais para iniciar suas operações em 2015, quando a Orquídea Alimentos comprou parte da empresa. 

Com isso, aceleram a expansão para fora do Rio Grande do Sul. Recentemente, também, as farinhas domésticas deles também chegaram às gôndolas de São Paulo, por meio da rede varejista Sonda.

Supermercado Sonda, em São Paulo: a varejista é uma das primeiras a receber as farinhas de trigo da gaúcha Orquídea (Leandro Fonseca/Exame)

Qual o tamanho da Orquídea hoje

Fundada há 70 anos em Pinto Bandeira, próximo à Caxias do Sul, a Orquídea começou como um moinho para produção de farinha de trigo. Entre os anos 2000 e 2010, adicionou a produção de massas e biscoitos. Nos últimos anos, com a farinha custando mais e, ao mesmo tempo, adicionando novos produtos de maior valor agregado no portfólio, a indústria disparou e atingiu recordes de faturamento:

  • 2018: 500 milhões de reais de faturamento
  • 2021: 900 milhões de reais de faturamento
  • 2022: 1,2 bilhão de reais em faturamento 

E as projeções:

  • 2023: 1,3 bilhão de reais em faturamento
  • 2025: 1,7 bilhão de reais em faturamento
  • 2026: 2 bilhões de reais em faturamento 

A EXAME preparou uma reportagem que conta a trajetória, as lições de gestão, os tropeços e os acertos da Orquídea. O artigo apresenta dados sobre a empresa e sobre o mercado de farináceos. Leia aqui: O bolo cresceu: como a gaúcha Orquídea quer faturar R$ 2 bilhões com farinha, biscoito, massa e pão

Acompanhe tudo sobre:IndústriaRio Grande do Sul

Mais de Negócios

Jumbo Eletro: o que aconteceu com o primeiro hipermercado do Brasil

Esta empresa fatura R$ 150 milhões combatendo a inflação médica no Brasil

Equity: a moeda da Nova Economia e o segredo do sucesso empresarial

A 'pandemia' de ansiedade movimenta este negócio milionário de chás e rituais para relaxar