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Essa escola de inglês acredita que essa é a habilidade do futuro

Pensando em sua sobrevivência para os próximos anos, a CelLep buscou expandir para outros conteúdos e criou curso de tecnologia e programação

Presidente da CelLep, Alexandre Garcia: ensino de programação e tecnologia é novo negócio (Germano Lüders/Exame)

Presidente da CelLep, Alexandre Garcia: ensino de programação e tecnologia é novo negócio (Germano Lüders/Exame)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 17 de novembro de 2020 às 12h00.

Última atualização em 17 de novembro de 2020 às 14h08.

Com 53 anos, a CelLep busca alternativas para continuar relevante pelos próximos 50. A rede de ensino de inglês decidiu ir além de suas unidades físicas, concentradas em São Paulo, para oferecer material didático para escolas em todo o Brasil, tornando-se assim uma empresa nacional. Também criou um novo curso para ir muito além das aulas de inglês e passou a ensinar programação para crianças e adolescentes. 

Pensando em sua sobrevivência para os próximos anos, a CelLep buscou expandir para outros conteúdos. A escolha foi óbvia: decidiu investir em ensino de tecnologia e programação, além de habilidades comportamentais. "A programação é o inglês do futuro", diz o presidente, Alexandre Garcia. Segundo ele, aprender a programar será uma habilidade tão ou mais essencial que saber falar uma segunda língua no mercado de trabalho do futuro. Assim, criou um novo curso, o CelLep Experience, que une o desenvolvimento de aplicativos com o aprendizado do inglês voltado à tecnologia.

"A gente não dá mais aula de inglês, apenas, porque é muito analógico e não conversa com o mundo novo que vivemos", afirma o executivo. O formato das aulas também é diferente. No lugar de um professor na frente de uma sala de aula, passando conteúdo, os alunos se unem em grupos - ou squads, termo muito usado em empresas de tecnologia - para desenvolver projetos. A ideia é preparar melhor as crianças e adolescentes para o mercado de trabalho ao oferecer ferramentas de solução de problemas e incentivo à criatividade. 

Já são 2.000 alunos matriculados nesse curso. Com um faturamento de 80 milhões no ano passado, a expectativa é crescer 20% este ano. 

Expansão nacional

Além das unidades próprias de aulas de inglês, para adultos e crianças, com 6.000 matrículas, a empresa já oferecia cursos de inglês extracurriculares no contraturno de escolas, com mais de 3.000 alunos inscritos.

Em 2017, criou um novo negócio para se aproximar ainda mais da educação infantil. Desenvolveu uma solução para oferecer seu material didático para escolas, assim como treinamento dos professores. Ao invés de ser um apoio para o ensino extracurricular de inglês, esse novo produto oferece material para o ensino regular da língua. Esse projeto só foi possível porque desde 2017 a CelLep começou a adaptar o seu material didático para estar de acordo com as novas diretrizes do Ministério da Educação. 

Esse negócio, que em 2018 atendia 2.000 alunos, passou a ter 17.000 alunos este ano. Para o ano que vem, a expectativa é atender 25.000 estudantes em escolas. "Esse é o negócio que mais cresce, porque é um produto para o Brasil todo", afirma Garcia.

A rede tem mais de 100 unidades, dentre as 20 unidades próprias de rua e em colégios, mais de 80 tanto tanto na grade extra, quanto intracurricular. 

Coronavírus e aulas digitais

Assim como outras instituições de ensino, a CelLep precisou migrar para as aulas virtuais com a pandemia. A empresa já estava desenvolvendo ferramentas digitais nos últimos três anos, para oferecer cursos híbridos e online, o que facilitou a migração. Em março a rede suspendeu todas as aulas, que voltaram totalmente digitais em abril, e os professores receberam treinamento para dar aulas por ferramentas como Zoom.

Para os alunos de escola infantil, a empresa reduziu a carga horária de 200 minutos por semana para 120 minutos, divididos em três aulas de 40 minutos. Também ofereceu 30% de desconto na mensalidade. "A adaptação para as aulas digitais já é um desafio para crianças e adolescentes, que têm aulas de diversas matérias. A carga horária menor pode ter um aproveitamento até maior", diz Garcia. A retenção dos alunos foi de 95%. Com novos negócios, cursos de tecnologia e programação e expansão nacional, a empresa acredita estar preparada para as próximas décadas.

 

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