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Apresentado por DELOITTE

ESG: indicadores não financeiros aumentam percepção de valor dos negócios

Stakeholders esperam cada vez mais transparência sobre iniciativas relacionadas à governança ambiental, social e corporativa

<b>ESG</b> : indicadores não financeiros vêm ganhando relevância e tendem a se tornar tão importantes quanto os indicadores financeiros nos reportes (SITE DELOITTE/Divulgação)

<b>ESG</b> : indicadores não financeiros vêm ganhando relevância e tendem a se tornar tão importantes quanto os indicadores financeiros nos reportes (SITE DELOITTE/Divulgação)

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Publicado em 16 de fevereiro de 2022 às 09h00.

Última atualização em 16 de fevereiro de 2022 às 09h02.

As empresas que atuam no Brasil têm se mostrado mais motivadas em oferecer informações sobre suas práticas de governança ambiental, social e corporativa – também conhecidas pela sigla ESG (Environmental, Social, and Governance) – a seus stakeholders. Essa busca por uma comunicação mais consistente e transparente reflete as expectativas de um mercado que visa a geração de valor e a sustentabilidade dos negócios no longo prazo.

De acordo com um recente levantamento produzido por Deloitte e Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), indicadores não financeiros, como emissão de gases de efeito estufa e representatividade de minorias nas organizações, vêm ganhando relevância e tendem a se tornar tão importantes quanto os indicadores financeiros nos reportes. Não à toa, 74% das empresas que participaram da pesquisa disseram que pretendem aumentar o orçamento destinado a práticas de ESG em 2022.

Por que comunicar as iniciativas de ESG?

Receita, margem e lucro são indicadores fundamentais para entender a saúde financeira de uma empresa. No entanto, com a crescente demanda por um ambiente de negócios mais ético, transparente e sustentável, essa equação torna-se mais complexa e ganha novas dimensões. A estruturação das informações relacionadas às práticas de ESG tem um papel fundamental na mensuração do impacto das estratégias organizacionais e na construção de uma boa percepção frente a investidores, parceiros e consumidores.

Segundo o estudo da Deloitte e do IBRI, entre as empresas respondentes, 75% já têm sua estratégia alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU. De acordo com a Nasdaq, bolsa de valores americana, um programa de ESG bem desenvolvido pode atrair capital, além de fortalecer a marca e promover o crescimento no longo prazo, beneficiando todos os stakeholders.

“As empresas de capital aberto precisam realmente demonstrar o impacto positivo que causam no meio ambiente e na comunidade em que estão inseridas, comprovando com dados que não estão simplesmente fazendo greenwashing”, alerta Reinaldo Oliari, sócio de Auditoria & Assurance da Deloitte.

Como planejar um relatório ESG bem-sucedido

Nesse contexto, para que as organizações possam capturar a dimensão real de suas práticas sociais, ambientais e de governança – e, sobretudo, dos resultados gerados –, preenchendo corretamente os formulários obrigatórios é possível contar com o apoio de auditores independentes registrados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), capazes de apoiar nesse processo.

“Empresas com compromissos éticos, sociais e sustentáveis, e com dados bem estruturados geram maior credibilidade aos olhos dos acionistas”, afirma Oliari. Segundo ele, o Goldman Sachs, um dos maiores bancos internacionais do mundo, considera ofertas de abertura de capital apenas de organizações que contêm, pelo menos, duas pessoas dentro do âmbito “diversidade” em seu conselho de administração. “Se a organização não se enquadra nesse critério, eles não seguem com o investimento.”

Oliari destaca que o grande desafio dos auditores hoje – e que pode influenciar no planejamento estratégico do relatório ESG das organizações – é a falta de consistência e de padronização nos dados das empresas. “Se a organização não se antecipou na preparação para produzir informações adequadas sobre suas ações, será desafiador para um auditor externo assegurá-las”, diz o especialista. “A lição de casa é ter dados sempre acessíveis, confiáveis e atualizados para que um terceiro possa analisar e divulgar esses números ao mercado com clareza e confiança.”

A boa notícia é que, com o avanço das tecnologias de machine learning e inteligência artificial, a prática de auditoria tem se tornado cada vez mais refinada. “A ‘auditoria do futuro’ é responsável por analisar grandes quantidades de dados em períodos cada vez mais curtos. Por isso, com a utilização de ferramentas de data analytics, é possível mapear uma base integralmente e reportar possíveis divergências, inclusive relacionadas a ESG”, diz Oliari.

(Arte/Exame)

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