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Escândalos levam a pausa em investimentos na W. Asset

A Western Asset Management Co. evita novos investimentos em dívidas corporativas brasileiras, por investigação de subornos na Petrobras e grandes construtoras

Petrobras: dois ex-executivos da Petrobras foram presos neste ano (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2014 às 17h05.

São Paulo -A Western Asset Management Co. está evitando novos investimentos em dívidas corporativas brasileiras devido à duração da investigação de subornos que envolveu a Petrobras e algumas das maiores empresas construtoras do país.

“Apesar de os bonds corporativos do Brasil continuarem interessantes, estamos pausando novos investimentos devido aos escândalos de corrupção procedentes do país”, disse Christopher Orndorff, que ajuda a administrar US$ 450 bilhões como gestor de portfólio da Western Asset Management, em entrevista ontem em São Paulo.

“Acreditamos que ainda é bastante cedo no processo.As investigações tendem a durar anos e não me surpreenderia se também envolvessem outros setores”

Dois ex-executivos da Petrobras foram presos neste ano como parte de uma investigação de corrupção multibilionária que se espalhou para as principais empresas de construção e engenharia do Brasil, que possuem R$ 59 bilhões (US$ 23,6 bilhões) em contratos com a produtora de petróleo.

As vendas de dívidas do Brasil no exterior caíram 43 por cento no segundo semestre em relação ao ano anterior e caminham para a quantidade mais baixa desde a crise financeira de 2008.

Os bonds corporativos brasileiros deram retorno de 5,7 por cento neste ano, contra um ganho médio de 6,4 por cento para dívidas corporativas de mercados emergentes no mesmo período.

A Petrobras disse que é uma “vítima” na investigação liderada pela Polícia Federal do Brasil e está cooperando com as autoridades. A empresa preferiu não comentar o desempenho de seus bonds em dólares e o impacto da investigação sobre a dívida corporativa das empresas brasileiras.

Orndorff ajuda a gerenciar o Western Asset Global Strategic Income Fund, de US$ 406,4 milhões, que teve um desempenho melhor que 89 por cento de seus pares nos últimos três anos. Os títulos soberanos denominados em reais eram seu quinto maior patrimônio em junho, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Bonds da inflação

As notas do governo ligadas à inflação continuam sendo um investimento atrativo porque os aumentos dos preços ao consumidor não irão desacelerar de forma significativa nos próximos meses, disse Orndorff. A inflação excedeu o centro da meta do país nos últimos quatro anos, atingindo uma taxa anual de 6,42 por cento em meados de novembro.

Os bonds do governo do Brasil deram retorno de 2,8 por cento neste ano em termos de dólares, contra um prejuízo médio de 1,3 por cento para dívidas soberanas locais de mercados emergentes, segundo dados compilados pelo JPMorgan Chase Co.

Os investidores estrangeiros também estão adiando os investimentos no Brasil porque esperam que a volatilidade do real diminua, segundo Orndorff. A volatilidade implícita nas opções de um mês do real, que reflete mudanças projetadas na taxa de câmbio, são as mais altas entre as 31 principais moedas monitoradas pela Bloomberg, depois do rublo russo.

“Até reconhecermos esse patamar, os investidores estrangeiros ficarão muito cautelosos e vão demandar prêmios de risco mais altos para compensar a volatilidade da moeda”, disse ele.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoInvestimentos de empresasPetrobrasPetróleo

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