Negócios

Enel avalia aquisições em distribuição no Brasil em 2020, diz CEO

Empresa italiana de energia está de olho em concessionárias sobre as quais há expectativa de privatização ou mudança de controle

Enel: empresa comprou a Eletropaulo e atua em São Paulo com o nome de Enel São Paulo (Enel/Divulgação)

Enel: empresa comprou a Eletropaulo e atua em São Paulo com o nome de Enel São Paulo (Enel/Divulgação)

R

Reuters

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 18h01.

Última atualização em 10 de outubro de 2019 às 18h06.

São Paulo — A italiana Enel deve voltar a estudar oportunidades de aquisição de ativos de distribuição de energia no Brasil em 2020, à medida que avança na integração a seus negócios da antiga Eletropaulo, comprada em 2018 e renomeada para Enel São Paulo, disse nesta quarta-feira (9) o presidente global do grupo europeu, Francesco Starace.

A Enel, que possui distribuidoras também no Ceará, Rio de Janeiro e Goiás, está de olho em concessionárias que teriam sinergias com suas operações e sobre as quais há expectativa de privatização ou mudança de controle, como a Light, que atua na região metropolitana do Rio, e a CEB, estatal de Brasília.

"Esse não é um mercado no qual você pode decidir: 'quero comprar'. Alguém tem que estar vendendo, tem que achar uma combinação. Não sei o que haverá em 2020 no mercado no Brasil, pode ser a Light ou algo mais, mas estaremos olhando. Pode ser Brasília. Vamos olhar todo tipo de potenciais oportunidades", disse Starace a jornalistas em evento da Enel em São Paulo.

Os italianos fecharam a compra por 2,2 bilhões de reais em 2016 da antiga Celg-D, de Goiás, que era controlada pela estatal Eletrobras, na primeira privatização em anos no setor de distribuição de eletricidade do Brasil.

Em 2018, o grupo voltou às compras e adquiriu o controle da Eletropaulo junto à norte-americana AES e outros acionistas, após uma oferta pública que movimentou 5,5 bilhões de reais por 73% da empresa.

Segundo Starace, a integração da ex-Eletropaulo junto à Enel tem sido mais rápida do que o esperado inicialmente, o que possibilitará à companhia voltar a avaliar negócios no setor no próximo ano.

A Enel também pretende em 2020 avançar em sua estratégia para a distribuidora paulista com um plano para digitalização das redes da elétrica que fornece energia na região metropolitana de São Paulo, região mais rica do país.

"Quando nós olhamos para a Eletropaulo, nós tínhamos claramente em mente que esse seria o lugar perfeito para desenvolver essa experiência que temos de transformação digital", afirmou.

Starace disse que o movimento deverá começar com substituições de medidores dos consumidores por equipamentos mais modernos e digitais e que aguarda a certificação desses equipamentos e conversas com o regulador para anunciar o plano.

Na Europa, a Enel já está trocando a segunda geração de medidores inteligentes de energia --na Itália, são 33 milhões de equipamentos, e a companhia consegue substituir 18 milhões deles por ano.

Starace não antecipou investimentos previstos no plano e nem quantos medidores estariam envolvidos, ou o prazo previsto para a implementação. A área de concessão da Enel São Paulo tem cerca de 7 milhões de unidades consumidoras.

Em paralelo, a Enel também pretende seguir investindo fortemente em fontes renováveis no Brasil, onde possui atualmente cerca de 2 gigawatts em parques eólicos e solares em implementação, além de 2,4 gigawatts em ativos de geração já operacionais.

Acompanhe tudo sobre:EnelEnergia

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia