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Empresas veem desaceleração de aquisições com Brexit

As empresas europeias que esperavam que hoje se abririam as comportas das fusões e das vendas de ações estão se preparando para uma seca mais longa

Homem carrega bandeira da União Europeia em Londres após brexit (Neil Hall / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2016 às 19h40.

As empresas europeias que esperavam que hoje se abririam as comportas das fusões e das vendas de ações estão se preparando para uma seca mais longa.

A decisão britânica de deixar a União Europeia “será a maior cisão da história”, disse Richard Cranfield, sócio corporativo da Allen & Overy LLP.

“Um mercado de fusões e aquisições saudável é fortemente impulsionado pela confiança. Considerando o período de incerteza no qual acabamos de entrar após a votação pela saída, provavelmente veremos uma desaceleração significativa das fusões e aquisições”.

As aquisições de empresas europeias caíram 27 por cento, para US$ 251 bilhões, até o referendo de quinta-feira, segundo dados compilados pela Bloomberg. O declínio foi ecoado pela queda na captação de recursos, com o valor das vendas de ações e das ofertas públicas iniciais na Europa em menos da metade do patamar que estavam na comparação anual. As fusões e as vendas de ações estão no nível mais baixo desde 2012, segundo os dados.

Os primeiros sinais já estão aparecendo. A Telefónica avalia o adiamento dos IPOs de sua unidade de infraestrutura Telxius e da operadora de telefonia celular britânica O2 após o referendo, disseram pessoas informadas sobre o assunto.

A Telxius havia planejado a abertura do processo para a captação de 1,5 bilhão de euros (US$ 1,7 bilhão) já na semana que vem, enquanto a O2 estudava realizar um IPO no quarto trimestre, disseram as pessoas. Um representante da Telefónica preferiu não comentar.

A Steinhoff International Holdings disse nesta sexta-feira que está reconsiderando uma abordagem para a rede de varejo popular britânica Poundland Group, que havia rejeitado sua proposta de aquisição, após os resultados do referendo.

No referendo de quinta-feira, o Reino Unido decidiu deixar a UE após mais de quatro décadas, levando a libra ao menor nível em mais de 30 anos e colocando as ações europeias a caminho da maior queda desde 2008.

Os alertas dos economistas e dos líderes mundiais sobre as sombrias consequências políticas e econômicas perderam para os argumentos de que a adesão ao bloco impedia o país de ter controle pleno sobre suas fronteiras, suas leis e suas finanças.

IPOs adiados

As empresas vinham adiando as vendas de ações e os IPOs nas semanas anteriores ao referendo devido à possibilidade de o Reino Unido optar por sair da UE.

Agora que a decisão foi tomada, bilhões de dólares em transações estão em um limbo.

Até US$ 25 bilhões em possíveis vendas de ações para empresas europeias também podem estar congelados, segundo pesquisa de uma consultoria, que pediu anonimato porque os números não são públicos.

Esse total inclui acionistas que adiaram vendas nas semanas anteriores ao referendo e aqueles cujas restrições à venda (lock up) expiram até setembro, disseram as pessoas.

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As empresas europeias que esperavam que hoje se abririam as comportas das fusões e das vendas de ações estão se preparando para uma seca mais longa.

A decisão britânica de deixar a União Europeia “será a maior cisão da história”, disse Richard Cranfield, sócio corporativo da Allen & Overy LLP.

“Um mercado de fusões e aquisições saudável é fortemente impulsionado pela confiança. Considerando o período de incerteza no qual acabamos de entrar após a votação pela saída, provavelmente veremos uma desaceleração significativa das fusões e aquisições”.

As aquisições de empresas europeias caíram 27 por cento, para US$ 251 bilhões, até o referendo de quinta-feira, segundo dados compilados pela Bloomberg. O declínio foi ecoado pela queda na captação de recursos, com o valor das vendas de ações e das ofertas públicas iniciais na Europa em menos da metade do patamar que estavam na comparação anual. As fusões e as vendas de ações estão no nível mais baixo desde 2012, segundo os dados.

Os primeiros sinais já estão aparecendo. A Telefónica avalia o adiamento dos IPOs de sua unidade de infraestrutura Telxius e da operadora de telefonia celular britânica O2 após o referendo, disseram pessoas informadas sobre o assunto.

A Telxius havia planejado a abertura do processo para a captação de 1,5 bilhão de euros (US$ 1,7 bilhão) já na semana que vem, enquanto a O2 estudava realizar um IPO no quarto trimestre, disseram as pessoas. Um representante da Telefónica preferiu não comentar.

A Steinhoff International Holdings disse nesta sexta-feira que está reconsiderando uma abordagem para a rede de varejo popular britânica Poundland Group, que havia rejeitado sua proposta de aquisição, após os resultados do referendo.

No referendo de quinta-feira, o Reino Unido decidiu deixar a UE após mais de quatro décadas, levando a libra ao menor nível em mais de 30 anos e colocando as ações europeias a caminho da maior queda desde 2008.

Os alertas dos economistas e dos líderes mundiais sobre as sombrias consequências políticas e econômicas perderam para os argumentos de que a adesão ao bloco impedia o país de ter controle pleno sobre suas fronteiras, suas leis e suas finanças.

IPOs adiados

As empresas vinham adiando as vendas de ações e os IPOs nas semanas anteriores ao referendo devido à possibilidade de o Reino Unido optar por sair da UE.

Agora que a decisão foi tomada, bilhões de dólares em transações estão em um limbo.

Até US$ 25 bilhões em possíveis vendas de ações para empresas europeias também podem estar congelados, segundo pesquisa de uma consultoria, que pediu anonimato porque os números não são públicos.

Esse total inclui acionistas que adiaram vendas nas semanas anteriores ao referendo e aqueles cujas restrições à venda (lock up) expiram até setembro, disseram as pessoas.

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