Negócios

Empresas e funcionários negociam para ver Copa

Negociações já começaram para agilizar um esquema de trabalho diferenciado, durante os dias em que a seleção estiver em campo

Torcida brasileira: chefes têm de ter bom-senso com seus funcionários-torcedores nesta época. (.)

Torcida brasileira: chefes têm de ter bom-senso com seus funcionários-torcedores nesta época. (.)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - Com a proximidade da Copa do Mundo, empresas e funcionários começam a negociar um esquema de trabalho diferenciado durante os dias em que a seleção brasileira estiver em campo. Embora as empresas não sejam obrigadas a liberar seus funcionários para acompanhar os jogos do Brasil, o bom senso recomenda que os chefes sejam mais tolerantes com seus "funcionários-torcedores" nesta época.

A Catho, que atua no segmento de currículos e empregos online, vai liberar seus colaboradores do setor administrativo e disponibilizará telões para que todos assistam aos jogos. Rogério Reberte, diretor de Recursos Humanos da empresa, afirma que é pior não liberar os funcionários. "Já é difícil ter um funcionário completamente concentrado no dia do jogo. Na hora do jogo, então, é quase impossível. Não dá para brigar contra isso."

A empresa de telefonia Oi também já agendou mudanças durante o Mundial da África do Sul. Os funcionários serão liberados para acompanhar os jogos e haverá compensação no banco de horas. A mesma política será adotada pela mineradora Vale, que dispensará para futura compensação, seus trabalhadores do horário administrativo. Em relação ao pessoal do setor operacional, a empresa vai analisar caso a caso. A Vale também disponibilizará aparelhos de TV na área operacional.

Reberte recomenda que as empresas liberem os funcionários para não haver conflitos. "O ato de liberar leva em conta o conceito de bem-estar dos trabalhadores." Para ele, a consequência dessa política voltada ao funcionário é um profissional satisfeito, que vai trabalhar melhor.

Mas, como lembra a advogada trabalhista Fabiola Marques, apesar de o gesto da liberação ser visto com bons olhos pelos trabalhadores, a empresa não é obrigada a tomar essa medida, e pode impor penalidades ao funcionário que faltar ao trabalho, como efetuar o desconto do dia no salário. "Havendo comprovação da falta injustificada, o funcionário também pode levar uma advertência", diz.

A advogada afirma que apenas uma falta não acarreta dispensa por justa causa. Isso só vai ocorrer, explica, se o funcionário faltar diversas vezes, o que caracteriza desídia (desinteresse no exercício do trabalho).

Bancos
As agências bancárias aguardam uma orientação do Banco Central a respeito do horário de funcionamento nos dias em que o Brasil jogar. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região já enviou uma carta ao BC e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) pedindo a liberação dos bancários durante o Mundial da África do Sul.

De acordo com o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, o pedido serve tanto para que os trabalhadores possam assistir aos jogos quanto para garantir a segurança dos funcionários e clientes, evitando o risco de assaltos. Marcolino afirma que a expectativa é que o Banco Central se pronuncie nos próximos dias e que atenda a requisição do sindicato, como ocorreu na Copa de 2006.

Leia outras notícias relacionadas à Copa do Mundo

Acompanhe tudo sobre:Copa do MundoEsportesFutebolSindicatos

Mais de Negócios

Na cidade de inovação, eles criaram uma operadora de telefonia que supera as gigantes do setor

"A taxa de mortalidade de startups de IA será alta", afirma Eric Ries, de "A Startup Enxuta"

O empresário goiano que vai doar bilheteria de evento para o RS — e já arrecadou R$ 2,2 milhões

Pai e filho faturam R$ 14 milhões com viagens para idosos. Agora, planejam abrir 100 franquias

Mais na Exame