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Embraer espera manter ritmo de produção em 2013

Empresa terminou setembro com carteira de pedidos (backlog) na aviação comercial de cerca de US$ 6,2 bilhões, com 178 jatos civis a serem entregues a clientes


	Fábrica da Embraer, em São Paulo
 (Germano Lüders/EXAME)

Fábrica da Embraer, em São Paulo (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 13h09.

São Paulo - A Embraer precisará fechar novas vendas de jatos comerciais nos próximos seis meses para manter o ritmo de produção de aeronaves em 2013 no mesmo patamar deste ano.

A chance mais próxima é uma possível encomenda da Delta Air Lines, que deve escolher ainda em 2012 o fornecedor que renovará sua frota de aviões regionais, disse nesta quarta-feira o presidente-executivo da fabricante brasileira, Frederico Curado.

A Embraer terminou setembro com carteira de pedidos (backlog) na aviação comercial de cerca de 6,2 bilhões de dólares, com 178 jatos civis a serem entregues a clientes --o equivalente a 1,5 ano de produção.

Alguns analistas questionam se a fabricante será capaz de manter a produção no segmento comercial nos níveis atuais, de pouco mais de 100 unidades neste ano, em um cenário de companhias aéreas postergando decisões de renovação de frota regional diante das incertezas na economia global.

Curado disse que a confiança da Embraer em manter o nível de produção é baseada no fato de a fabricante já ter iniciado outros anos em situação mais desconfortável de backlog do que agora.

"Há uma crescente atividade (comercial) com grandes companhias aéreas e regionais (nos EUA) sobre frotas", afirmou.

Em seguida, em tom de cautela, o executivo disse que há risco pequeno de a Embraer ter que diminuir a produção no próximo ano, e que não existe chance de elevá-la.

Ele se recusou a informar a analistas quanto da linha de montagem de aviões comerciais já está ocupada em 2013 com o atual backlog, indicando apenas que a empresa tem os próximos seis meses para preencher espaços disponíveis na produção do ano que vem.

A Embraer divulgou na noite de terça-feira lucro de 32,5 milhões de reais no terceiro trimestre, contra prejuízo de 200 mil reais um ano antes.

A ação da empresa recuava 1,25 por cento às 12h55 na bolsa paulista, depois de ter subido quase 3 por cento no começo do pregão. O papel perdeu força após a abertura da bolsa de Nova York, onde está concentrada a negociação de ações da Embraer.


Clientes problemáticos

O lucro da Embraer em moeda norte-americana de julho a setembro foi de 65,2 milhões de dólares, quase metade da expectativa média de nove analistas, de 103 milhões de dólares, segundo pesquisa Reuters.

O resultado foi prejudicado por uma despesa não operacional de 41,9 milhões de dólares relacionada à proposta feita pela fabricante para reestruturar financiamentos pendentes da cliente Chautauqua Airlines, controlada pela Republic Airways.

"A gente não entende que isso seja uma coisa que possa estar aparecendo em outras situações", disse a jornalistas o vice-presidente financeiro e de Relações com Investidores da Embraer, José Antônio Filippo.

Segundo Filippo, a Embraer tem, no total, 600 milhões de dólares em garantias prestadas a alguns clientes por vendas feitas no passado. O executivo disse ainda que a empresa não tem feito novas vendas com garantias.

Ele minimizou a chance de que mais garantias sejam acionadas e disse que o acordo com a Chautauqua será detalhado até o fim deste ano.

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