Em menos de 2 anos, 6 bancos quebrados
Destino dos bancos quebrados não foi o mesmo para todos
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2012 às 10h35.
São Paulo - Com a liquidação dos bancos Cruzeiro do Sul e Prosper, decretada ontem pelo Banco Central (BC), passou para seis o número de instituições financeiras que quebraram no Brasil em menos de dois anos. Quatro delas - Panamericano, Schahin, Morada e o próprio Cruzeiro do Sul - fraudavam seus balanços para esconder do público rombos que totalizavam quase R$ 9 bilhões.
O destino dos bancos quebrados não foi o mesmo para todos. Panamericano, Schahin e Matone foram socorridos com dinheiro do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e passados para outras instituições. O Morada até agora era o único do grupo a sofrer liquidação.
O Cruzeiro do Sul, que tinha um buraco de R$ 3,1 bilhões, estava sob intervenção do BC desde o início de junho. Para continuar funcionando, precisava ser vendido para outro banco pelo FGC, que assumiu a gestão a pedido do BC. Como as negociações com o único interessado - Santander - não prosperaram, o BC liquidou a instituição - conforme anteciparam o serviço Broadcast, da Agência Estado, e o estadao.com.br.
O Prosper teve o mesmo destino porque, no fim do ano passado, tinha sido comprado pelo Cruzeiro do Sul. O BC, no entanto, ainda não havia dado o sinal verde para a operação. Por isso, os bens dos controladores e ex-administradores do Prosper ficaram indisponíveis, como já estavam os do Cruzeiro do Sul.
Juntos, os dois bancos detinham 0,36% dos depósitos e 0,26% dos ativos do sistema financeiro. Ainda segundo o BC, 35% dos depósitos à vista do Cruzeiro do Sul estavam cobertos pelo FGC. No caso do Prosper, eram 60%. Ou seja, esses depositantes não vão perder seu dinheiro com a liquidação. A despesa total do FGC com a operação é estimada em R$ 2,2 bilhões.
"O sistema financeiro nacional está saudável, hígido e tem elevados índices de capitalização", disse ao Estado o procurador-geral do BC, Isaac Sidney Menezes Ferreira. Segundo ele, os problemas dos últimos meses foram relevantes, mas pontuais, e "sem repercussão sistêmica". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.