Em meio à crise no setor aéreo, Azul inicia plano de demissões
Sindicato Nacional dos Aeroviários estima que 500 empregados foram desligados da empresa no país, mas as demissões devem crescer
Agência Brasil
Publicado em 3 de julho de 2020 às 20h15.
Em meio à crise no setor aéreo, a Azul Linhas Aéreas iniciou um plano de demissão de funcionários na última quinta-feira. Os cortes, segundo o Sindicato Nacional dos Aeroviários, teriam chegado a 500 pessoas no país, mas as demissões devem crescer. A empresa tem 14 mil colaboradores.
Além das demissões, a companhia tem oferecido programas de licença não-remunerada e aposentadoria antecipada aos funcionários diante da queda de receita.
Em nota, a empresa afirma que está buscando soluções para enfrentar a crise e preservar os empregos. Segundo a Azul, um acordo foi fechado na semana passada com o Sindicato dos Aeronautas e estão sendo realizadas negociações individuais com mais de dez sindicatos que representam os aeroviários, o que permitiu a preservação de mais de 5.000 empregos.
"Mesmo com todas essas ações, parte de seus tripulantes está deixando a empresa nessa semana. A companhia ressalta que está cuidando do assunto da melhor forma possível e oferecendo todas as garantias previstas em lei", afirmou a Azul na nota.
De acordo com a empresa, outros 2.000 funcionários aderiram a programas voluntários de demissão. A empresa garante que todos os que deixaram a empresa terão prioridade na recontratação quando a companhia retomar seu crescimento.
Os sindicatos preveem que, em meio à crise, o setor faça mais demissões. De acordo com apresentação feita pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) a seus associados, a Latam prevê encolher em cerca de 30% suas operações, o que poderá levar a uma demissão de pelo menos 700 pilotos no Brasil.
No mês passado, a Latam entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e no Chile, mas ele não abrange as operações no Brasil, que representam 50% do grupo.
A Gol também fechou acordo para desligamento voluntário e redução de jornada pelos próximos 18 meses.
O socorro do governo às companhias aéreas, anunciado em maio, será de R$ 6 bilhões e se dará através da compra de debêntures conversíveis emitidas pelas companhias, via BNDES. Na prática, o governo se tornará sócio dessas empresas. Quanto as empresas se recuperarem, os papéis serão vendidos.