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Eletrosul espera entregar 250 MW eólicos em 2015

Apesar de problemas com fornecedor, a estatal do Grupo Eletrobras espera fechar o ano com 800 megawatts (MW) instalados em usinas eólicas


	Energia elétrica: aumento da capacidade deverá ocorrer com a conclusão de usinas em que a empresa precisou trocar o fornecedor em meio às obras
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Energia elétrica: aumento da capacidade deverá ocorrer com a conclusão de usinas em que a empresa precisou trocar o fornecedor em meio às obras (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2015 às 18h13.

São Paulo - A Eletrosul, estatal do Grupo Eletrobras com atuação no Rio Grande do Sul, espera fechar o ano com 800 megawatts (MW) instalados em usinas eólicas, meta que será alcançada com a entrega de cerca de 250 MW adicionais neste ano, apesar de problemas com um fornecedor, disse à Reuters um executivo da companhia.

O aumento da capacidade deverá ocorrer com a conclusão de usinas em que a empresa precisou trocar o fornecedor em meio às obras, após a falência da fabricante argentina de aerogeradores Impsa.

No parque de Ibirapuitã, 25 MW em turbinas do grupo argentino foram substituídos por máquinas da catarinense WEG. Com isso, houve impacto no cronograma do empreendimento, que havia negociado uma antecipação para junho de 2013, mas deverá iniciar a geração apenas no segundo semestre de 2015.

Já outros três parques, que somam 48 MW, devem ser entregues até setembro, com equipamentos da espanhola Gamesa e à frente do cronograma, que prevê produção de energia a partir de janeiro de 2016.

"De certa forma, conseguimos resolver o problema da Impsa. Em um total de 222 MW (que havíamos contratado), sobraram 54 MW conosco. O restante conseguimos trocar a máquina", disse o diretor de Engenharia da Eletrosul, Ronaldo Custódio, em entrevista.

O executivo comentou, no entanto, que as dificuldades com o fornecedor não chegaram ao fim. Das 27 máquinas Impsa que restaram, oito estão fora de operação desde dezembro de 2014, quando um forte vendaval no Rio Grande do Sul derrubou turbinas dos parques Cerro Chato, em Santana do Livramento. Essas turbinas ainda não foram substituídas.

"É uma situação complexa, não só comercial como regulatória. Algo que nunca aconteceu no Brasil, um evento totalmente extraordinário e que envolve a seguradora, a questão jurídica, regulatória, financeira... estamos tratando isso com todos envolvidos para tentar encontrar uma solução", afirmou Custódio.

O executivo adiantou que a possibilidade de um equacionamento da situação junto à própria Impsa parece cada vez mais distante.

"Ela parou as atividades, não existe mais. É um problema que estamos enfrentando", disse.

Custódio preferiu não dar outros detalhes sobre a situação porque ainda está discutindo alternativas com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Pelas regras do setor, o gerador precisa entregar a energia que vendeu, mesmo que para isso precise comprar contratos ou recorrer ao mercado à vista, o que poderia gerar uma elevada fatura para as usinas da Eletrosul.

A Impsa encontra-se em situação de inadimplência desde outubro de 2014, quando não cumpriu com obrigações junto a compradores de uma emissão de bônus que venceria em 2020. Desde então, a empresa busca meios de sobreviver, o que incluiu o anúncio, na metade de junho, de que a família Pescarmona, controladora, estaria disposta a ceder 25 por cento da empresa aos credores.

Os demais empreendimentos da Eletrosul que estão em construção, um complexo com 163 MW e um de 18 MW, contarão com turbinas da americana GE, e também devem ser concluídos neste ano.

Com essas entregas, a Eletrosul passaria a somar 800 MW em usinas eólicas, o que representaria a conclusão de 4,4 bilhões reais em investimentos nos projetos, todos contratados em leilões regulados e instalados no Rio Grande do Sul.

Questionada, a empresa preferiu não comentar se participará de novos leilões de energia neste ano.

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