Eletrobras tem lucro líquido de R$ 96 mi no 3º trimestre, queda de 87%
De acordo com a estatal de energia, o resultado foi impactado principalmente pela redução de receita de geração
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de novembro de 2020 às 09h22.
Última atualização em 12 de novembro de 2020 às 10h22.
A Eletrobras teve lucro líquido de R$ 96 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 87% na comparação com os R$ 716 milhões apurados no mesmo intervalo de 2019. De acordo com a estatal de energia, os resultados do trimestre foram impactados,principalmente, pela redução de receita de geração, em R$ 866 milhões, refletindo, principalmente, à provisão de desvio negativo de energia das Usinas Nucleares de Angra I e Angra II, no valor R$ 216 milhões, referente a não geração de energia em comparação ao total de garantia física, ocasionada pela extensão da parada de Angra 1 e 2 além do período previsto, ao ressarcimento por não atendimento de inflexibilidade da Usina Candiota III, no valor total de R$ 52 milhões e ao término, em 2019, de contratos no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), de cerca de 672MW médios, por Furnas e Eletronorte.
AEletrobrasdestaca ainda que o resultado também foi pressionado pelo aumento de provisões contingências de R$ 941 milhões, com destaque para R$ 377 milhões relativos às contingências judiciais que discutem a correção monetária de empréstimo compulsório, especialmente em decorrência de reclassificação de risco de um processo específico de R$ 219 milhões.
Adicionalmente, aEletrobrasafirma que também contribuíram para o menor lucro o acréscimo de R$ 353 milhões de atualização, pelo valor de mercado, da provisão equivalente ao montante do valor de ações preferenciais B que deverão ser entregues aos contribuintes de empréstimo compulsório que comprovarem sua legitimidade; as Provisões de Contratos Onerosos no montante de R$ 172 milhões, com destaque para R$ 125 milhões relativos ao contrato de compra de energia de Jirau; e a provisão para créditos de liquidação duvidosa - Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLDs) referentes ao risco de inadimplência pela empresa privada Amazonas D, de dívida financeira com aEletrobrase de fornecimento de energia com a Amazonas GT, no montante total de R$ 211 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,957 bilhão, baixa de 29% frente aos R$ 2,766 bilhões reportados no terceiro trimestre de 2019. A margem Ebitda caiu de 38% para 26% em um ano.
Já o Ebitda recorrente da estatal, que exclui custos extraordinários com planos de aposentadoria extraordinária (PAE) e demissão consensual (PDC), despesas com investigação independente, provisões para contingência e perdas em investimentos, contratos onerosos, impairment e outros efeitos, foi de R$ 3,202 bilhões, retração de 18% na mesma base de comparação.
Enquanto isso, a receita operacional líquida passou de R$ 7,320 bilhões no terceiro trimestre de 2019 para R$ 7,431 bilhões no mesmo trimestre deste ano, com crescimento de 1,5%, influenciada pelo efeito positivo da receita de transmissão em razão da nova estimativa de recebimento da RAP (Receita Anual Permitida) RBNI (base incremental), devido à Revisão Tarifária Periódica 2018-2023, ocorrida em julho de 2020, com efeito retroativo a 2018, impactando positivamente o resultado em R$ 819 milhões.
Segundo a empresa, tal resultado em transmissão compensou, parcialmente, o resultado negativo em geração, fortemente impactado pelas inflexibilidades das Usinas Nucleares e de Candiota III e pela queda dos resultados comercialização, embora tenha havido um aumento de R$ 123 milhões na receita de geração das usinas sob regime de cotas da lei 12.783/2013, em razão do reajuste anual.