A Eletrobrás informou que planeja fazer captar 600 milhões de dólares no exterior, valor que pode ser estendido para um bilhão, conforme a receptividade do mercado. Em 2008, a companhia já havia obtido uma autorização do conselho administrativo para captar 400 milhões, mas o aprofundamento da crise financeira fez com que a operação fosse adiada.

O Tesouro Nacional precisa autorizar agora uma captação superior ao valor permitido no ano passado. Caso isso ocorra, os bônus serão emitidos nos Estados Unidos e na Europa, tendo um prazo de 10 anos. Os recursos serão aplicados no Plano de Investimentos da empresa de 30 bilhões de reais até 2012.

Para a Ativa, a notícia pesa a favor da Eletrobrás, já que capitaliza a companhia e permite a organização de seus passivos e sua estrutura societária.

"O plano de captação internacional vinha se arrastando desde o ano passado e, apesar do interesse da empresa em aplicar todo o capital em investimentos, a captação abre parcialmente o caminho para a resolução dos dividendos devidos que ainda são um sonho distante para os ordinaristas de Eletrobrás", explicou.

Por outro lado, a corretora tem uma visão negativa em relação ao plano de investimentos da companhia e vê riscos envolvendo eventuais participações em empreendimentos no setor. Além disso, os analistas não esperam que o pagamento de dividendos atrasados ocorra no governo Lula pela complexidade política do assunto.

Nesta sessão, os papéis da Eletrobrás (ELET3) subiam 1,11% às 14h35, sendo negociados a 27,30 reais. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice de referência da bolsa brasileira, tinha alta de 0,26%.