Negócios

Eletrobras ajustará investimentos e focar redução de custos

A elétrica também buscará se capitalizar por meio de negociações com o governo para obter mais indenizações


	Eletrobras: a companhia buscará adiar a entrada em operação de alguns projetos, aliviando a necessidade de investimentos
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Eletrobras: a companhia buscará adiar a entrada em operação de alguns projetos, aliviando a necessidade de investimentos (Adriano Machado/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2016 às 16h39.

São Paulo - A Eletrobras vai passar por uma reformulação que envolverá cortes em seu ambicioso plano de investimentos e grande foco em redução de custos, afirmou nesta terça-feira o novo presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr., na primeira teleconferência com investidores à frente da companhia.

A elétrica também buscará se capitalizar por meio de negociações com o governo para obter mais indenizações pela renovação antecipada de contratos de concessão no final de 2012, no âmbito de um programa da então presidente Dilma Rousseff para reduzir as contas de luz.

Com essas medidas, a Eletrobras perseguirá a meta de alcançar uma alavancagem de 5 a 6 vezes, se considerada a relação entre a dívida líquida e a geração de caixa, ante 8,2 vezes no final do segundo trimestre, disse o presidente.

Para isso, a companhia buscará adiar a entrada em operação de alguns projetos, aliviando a necessidade de investimentos e busca por recursos no mercado.

"Negociar o prazo de entrada é uma das alternativas que a gente tem para modular os investimentos com a busca da companhia por níveis de alavancagem menores que esse. Estamos buscando em torno de 5 a 6 vezes, seria bastante razoável", afirmou Ferreira.

O diretor financeiro da elétrica, Armando Casado, disse que a Eletrobras deverá investir em 2016 menos de 80 por cento dos 13 bilhões de reais programados para o ano, em um esforço de ajuste dos aportes ao fluxo de caixa operacional.

"Historicamente a gente realiza em torno de 80 por cento, mas gerencialmente estamos trabalhando até com realização menor que isso para ajustar o fluxo de caixa para o próximo período", afirmou.

Os executivos também destacaram que há um amplo espaço para cortes de custos na estatal.

Como exemplo, Ferreira lembrou que a estrutura administrativa da Eletrobras está espalhada por seis diferentes prédios.

"Temos que ter desafios importantes de redução de custos. Temos muitos serviços de terceiros, estruturas que não são otimizadas... há muito potencial de racionalização desses custos", explicou.

A Eletrobras reportou lucro líquido de 12,7 bilhões de reais no segundo trimestre, principalmente devido à contabilização de indenizações bilionárias que a companhia receberá a partir do ano que vem como compensação por ter renovado antecipadamente contratos de transmissão de energia no final de 2012.

Agora, a companhia pretende negociar com o governo para obter indenizações extras também por contratos de geração renovados na mesma época.

A companhia estima ter cerca de 6,1 bilhões de reais a receber por investimentos ainda não amortizados em suas usinas que renovaram contratos.

Antes de divulgar o resultado do segundo trimestre, a Eletrobras acumulava mais de 30 bilhões de reais em prejuízos desde 2012.

A companhia também enfrenta investigações por suspeitas de corrupção que levaram à suspensão da negociação de suas ações na bolsa de Nova York.

A estatal prevê concluir investigações internas sobre eventuais desvios por corrupção em setembro, para em outubro apresentar sua defesa à SEC, que regula o mercado acionário dos EUA.

Acompanhe tudo sobre:EletrobrasEmpresasEmpresas estataisEnergia elétricaEstatais brasileirasHoldingsIndenizaçõesInvestimentos de empresasServiços

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia