Harley-Davidson: marca decidiu atuar diretamente no Brasil, após problemas (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2012 às 11h34.
São Paulo – Seja por problemas de gestão, seja porque o mercado cresceu a ponto de justificar uma operação direta, o fato é que, nos últimos dois anos, pelo menos quatro multinacionais decidiram eliminar intermediários e atuar diretamente no Brasil.
Veja, a seguir, quais são elas:
Hyundai
Em abril de 2007, o Grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, inaugurou uma fábrica em Anápolis (GO) para montar veículos da coreana Hyundai. O empresário licenciou o direito de produzir, localmente, a Tucson e, posteriormente, o ix35.
A planta foi estratégica para que a montadora coreana deslanchasse no Brasil. Agora, a matriz decidiu erguer uma segunda fábrica, com recursos próprios, em Piracicaba (SP). Com investimentos de 600 milhões de dólares, a unidade vai fabricar um novo modelo, batizado por enquanto de projeto HB – um compacto. A inauguração está prevista para novembro.
Caberá à Caoa o papel de “parceiro”, segundo a Hyundai, já que toda a parte de produção, vendas e marketing será assumida pelos coreanos. Agora, a Caoa e a Hyundai negociam uma indenização que poderia chegar a 16 bilhões de reais.
Harley-Davidson
Representada por anos no Brasil pelo Grupo Izzo, a Harley-Davidson reassumiu as operações locais no final de 2010, quando um acordo com o antigo sócio encerrou uma disputa judicial.
Para a Harley-Davidson, atuar diretamente no país era um modo de resolver os problemas de queda nas vendas e falhas no atendimento aos clientes. Houve tantas queixas dos proprietários de motos, que até o Ministério Público gaúcho decidiu intervir.
No primeiro ano de operação sob o comando da matriz, as vendas da marca cresceram 50%.
5àSec
Em 1994, o empresário Nelcindo Nascimento trouxe para o Brasil a rede francesa de lavanderias 5àSec. Nos últimos anos, o sucesso da operação local chamou a atenção da matriz.
O faturamento da rede, no Brasil, cresceu a uma taxa média anual de 20%, desde 2006 – mais que o triplo do registrado na Europa. A evolução transformou o país em responsável por um quarto da receita global da 5àSec.
Por isso, a matriz decidiu recomprar a máster-franquia de Nascimento e operar diretamente no Brasil. As negociações demoraram quase um ano e foram fechadas em setembro de 2010.
Chanel
Em meados de 2010, a grife de luxo Chanel assumiu o comando das suas operações no Brasil. A decisão encerrou uma parceria de 15 anos com a Daslu.
Além dos problemas que a empresa enfrentava, devido às denúncias de irregularidades praticadas por sua fundadora, Eliana Tranchesi, que morreu em fevereiro, também pesou a favor da decisão a vontade da Chanel de investir mais no mercado brasileiro.