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Ele criou uma “planilha de guerra” na pandemia. Agora, a sua empresa cresceu 1.297%

A marca Kinsol ficou na primeira posição na categoria R$ 30 milhões a R$ 150 milhões do Ranking EXAME Negócios em Expansão 2023

Mauricio Crivelin, da Kinsol: "2022 foi o ano da corrida do ouro" (Leandro Fonseca/Exame)

Mauricio Crivelin, da Kinsol: "2022 foi o ano da corrida do ouro" (Leandro Fonseca/Exame)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 8 de agosto de 2023 às 08h01.

Última atualização em 4 de setembro de 2023 às 16h08.

Mauricio Crivelin Zanatta viu a Kinsol Energias Renováveis parar no início da pandemia e ficou dois meses sem vender as suas usinas solares. De quebra, ainda perdeu o seu sócio no negócio. Mesmo assim, encontrou um caminho para pivotar para a empresa para o mercado de franquias e seguir em frente.

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Em 2022, a Kinsol cresceu 1.297,68% em receita operacional líquida, chegando a um total de 38,7 milhões de reais.

A evolução da franqueadora foi atestada no ranking EXAME Negócios em Expansão 2023. A marca ficou na primeira posição na categoria 30 milhões de reais a 150 milhões de reais, quando considerada a receita líquida.

A empresa é conduzida por Zanatta desde 2018. Quando adquiriu a Kinsol, ele já tinha em mente a transformação do negócio, plano que conseguiu colocar de pé ao longo de 2021. A pandemia e o crescimento da procura por energia solar aceleraram a mudança.

"Este era um mercado muito restrito às classes A e B. Com a crise, muitas pessoas nas classes C, D e E buscaram na energia solar uma forma de reduzir custo fixo", afirma o executivo, apaixonado pelo modelo de franquias. Ele começou neste mercado como máster franqueado e, anos depois, criou a própria empresa, a Inovar Locações de Container, uma rede de aluguel e locação de containers.

Como funciona o modelo de franquia da Kinsol

Na pandemia, ele conta, criou uma "planilha de guerra" para calcular todos os custos e analisar como poderiam sobreviver. Com o aumento das vendas e da demanda em sua cidade natal, Uberaba, em Minas Gerais, a Kinsol partiu para as franquias no início de 2021,  modelo de negócio que conta com mais de 280 unidades, distribuídas por todos os estados do país.

Como funciona o negócio da Kinsol:

  • No pacote, os franqueados cuidam da captação dos clientes e da instalação das usinas.
  • O meio do caminho, com a análise e desenvolvimento dos projetos e produtos para a instalação, ficam à cargo da Kinsol.
  • Cada franquia sai por 25.000 reais, sendo 17.000 reais o valor da taxa de franquia.
  • Uma vantagem do negócio é a facilidade do modelo. “Nós temos dois formatos, com e sem loja física, mas hoje 90% dos franqueados trabalham de casa. As pessoas trabalham de onde estiverem”, afirma.
  • O grande mercado da Kinsol está em pequenos e médios comércios, com gastos entre 3.000 e 10.000 reais, que querem diminuir os gastos e ficar menos dependentes dos altos e baixos do mercado de energia.
  • Em média, cada usina fica entre 27.000 reais e 30.000 reais, considerando uma residência com desembolso de mil reais por mês. O valor, segundo Crivelin, tem o seu payback em torno de cinco anos.

O movimento de  virada da empresa em 2021 encontrou uma tempestade perfeita em 2022. Com a aprovação do marco regulatório e o estabelecimento de uma taxa pelo governo que entrou em vigor nos primeiros dias de 2023, os pequenos e médios comércios correram para instalar usinas solares. Quem fez até 6 de janeiro deste ano, ficou isento até 2045. 

A cobrança é uma forma de pagar às distribuidoras pelo uso da infraestrutura por onde circula a energia. Antes da regulação, ao instalar uma usina, os gastos com energia caíam a praticamente zero. A produção acima do consumo de eletricidade de uma residência ou comércio pode ser jogada na rede de distribuição das concessionárias de energia. O saldo serve para abater o valor da conta em meses de produção aquém do consumo. 

“2022 foi o ano da corrida do ouro. Vários clientes correram para colocar o sistema solar para ficar na regra antiga”, afirma Crivelin.De acordo com levantamento da Absolar, entidade do setor, a partir de dados Aneel, o mercado avançou 77% em relação ao ano anterior, chegando a 25,4 gigawatts de potência instalada. [grifar]A combinação de fatores fez com que a Kinsol saltasse de uma receita operacional de 2,8 milhões para 38,7 milhões de reais.  

Qual é a previsão de faturamento da Kinsol em 2023

Até pelo ritmo do ano passado Crivelin prevê que 2023 será de ajustes para a empresa, com o faturamento em linha com o obtido em 2022, acima dos 57 milhões de reais. Enquanto isso, a empresa trabalha na ampliação da linha de produtos diversificar a operação.

A investida faz parte de uma estratégia para evitar sofrimento com os sobressaltos regulatórios e também gerar mais valor para os franqueados - hoje, dependentes de uma agenda constante de aquisição de novos clientes. O primeiro produto que a Kinsol lançou foi na área de mobilidade, com a oferta de estações de recarga de automóveis elétricos que podem ser oferecidas pelas franquias aos seus clientes em um modelo de assinatura. 

Além disso, a empresa vai começar a vender energia. Na proposta, descontos em torno de 25% e sem necessidade de investimentos. “O melhor investimento é a usina solar, com até 90% de desconto, mas tem vários casos de residências e comércios que não podem colocar a usina porque não têm telhado [com tamanho adequado] ou crédito para financiar o negócio”. Os esforços, acredita o executivo, podem contribuir para que a Kinsol bata duas metas: chegar a 350 franquias em dezembro e 20.000 clientes, 67% em relação aos 12.000 atuais.

Empresa faz parte do ranking Negócios em Expansão

A Kinsol foi uma das vencedoras do ranking EXAME Negócios em Expansão 2023, levantamento da EXAME do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) e suporte técnico da PwC Brasil.

A empresa ficou na 1ª colocação na categoria de 30 milhões de reais a 150 milhões de reais, com um crescimento de receita líquida de 1297,68%. Em 2021, a receita foi de 2,8 milhões de reais. Em 2022, subiu para 38,7 milhões de reais.

O ranking é uma forma de reconhecer os negócios e celebrar o empreendedorismo no país. Com gestões eficientes, análise de oportunidade, novas estratégias e um bom jogo de cintura, os executivos no comando desses negócios conseguiram avançar no mercado.

Os resultados vieram a público num evento para mais de 400 convidados em São Paulo.

Neste ano, a lista traz 335 empresas de 22 estados, representantes das cinco regiões do país. Em relação ao ano anterior, o número de selecionadas representa aumento de 63%. Veja os resultados:

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