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Ela criou um negócio de moda praia usando sobra de tecidos e acaba de lançar a sua terceira marca

Sandra Falkowicz começou a empreender em 2009 quando criou a marca banho Maria

Sandra Falkowicz, da Banho Maria: em 2009, eu vendia 2000 mil peças. Neste ano, o número deve superar 20 mil (Banho Maria/Divulgação)

Sandra Falkowicz, da Banho Maria: em 2009, eu vendia 2000 mil peças. Neste ano, o número deve superar 20 mil (Banho Maria/Divulgação)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 18 de março de 2023 às 09h00.

A marca de moda praia infantil Banho Maria tem se transformado em um verdadeiro celeiro para a criação de marcas coirmãs, ou spin-offs, na nomenclatura em inglês. A empresa foi criada pela empreendedora Sandra Falkowicz em 2009.

Nos últimos anos, Falkowicz lançou a Beachboomswim, dedicada ao mercado internacional em 2017, e agora a Sand Beach Club, para dialogar com um público mais teen, de 14 a 20 anos.

A história da empreendedora neste mercado começou anos antes do nascimento da Banho Maria. Formada em hotelaria, ela morava em Nova Iorque quando deu o primeiro passo na moda mesmo sem saber.

Depois de um fashion show no hotel onde trabalhava, resolveu fazer um curso de moda na Parsons School of Design, escola pela qual passaram nomes como Donna Karan, Marc Jacobs e Tom Ford. Era o final da década de 90.

Como começou a trajetória no empreendedorismo

De volta ao Brasil, começou a dar aula de dança, mas o flerte com a moda continuou e nunca mais acabou. “Percebi que a roupa das meninas não era tão confortável e adequada para crianças. Resolvi confeccionar as minhas peças”, conta. Lá se vão quase 25 anos de muita pesquisa, networking, criatividade e dedicação.

Com o tecido que sobrava das roupas de balé, teve a ideia de fazer moda praia infantil, aproveitando a oportunidade que viu no mercado. Nascia a Banho Maria, oferecendo produtos como biquinis, maiôs, bermudas e tops.

Ao longo do tempo, ganhou mais conhecimento sobre o universo da moda a partir do networking e participações em feiras, espaços importantes também conhecer as tendências.

As interações se transformaram em parcerias internacionais e nacionais com grifes como Tirol, Petit Bebê e Azul Swimwear. “Estar atento às tendências do mercado é fundamental para analisar a situação ao seu redor”, diz Falkowicz.

Com o faro aguçado para os negócios, percebeu novas oportunidades no mercado externo e criou a Beachboomswim, hoje exportada para países como Estados Unidos, Panamá e República Dominicana.

“No começo, eu fazia as peças e vendia para outras marcas (private label) como a Azul Swimwear e MN Bird. Foi quando decidi montar minha própria marca”, conta.

O impacto da pandemia e os novos horizontes

A pandemia caiu como um balde d’água. A Banho Maria tinha acabado de abrir um quiosque no Shopping Eldorado, em São Paulo, e estava com uma loja pronta para ser inaugurada no Shopping Higienópolis, também na capital paulista, além da loja física do Itaim.

Apesar do impacto em um mercado tão sensível, o negócio se manteve de pé. No período, a empreendedora foi morar no litoral norte e começou a vender os produtos aos vizinhos e amigos dos amigos que também estavam na região. Levava as malinhas com roupas de praia para cima e para baixo e o negócio continuou.

O ritmo das vendas, no entanto, era mais fraco. E o dinheiro para matéria-prima e para investir no digital, em crescimento acelerado na pandemia, começou a diminuir.

A mudança veio por meio do Estímulo, o fundo social que surgiu para dar apoio financeiro de baixo custo para pequenos e médios negócios. A instituição já ajudou cerca de 7 mil empreendedores, emprestando mais de R$ 150 milhões, fazendo muita gente crescer e ganhar mercado, gerando renda e emprego.

“Eu sempre digo que, claro, o Estímulo ajudou na questão financeira, sem a qual não teria ampliado minha participação e-commerce. Mas, muito mais do que isso, me ajudou no conhecimento, na troca de experiência, em um aprendizado que não teria em outro lugar”, explica. As mentorias com CEOs de grandes empresas ajudaram desde a análise de planilhas até o planejamento para crescer.

Passado o sufoco, a empreendedora recorreu ao Estímulo uma segunda vez, mas por um motivo melhor: ampliar o negócio e criar a Sand Beach Club.

“Vendo que minhas clientes tinham crescido, eu resolvi criar uma marca mais 'teen', que atende um público de 14 a 20 anos. Investimos em um novo site, em tecidos, aviamentos e modelagens todas novas. Também fizemos uma linha eco-Friendly, com tecidos sustentáveis, ecologicamente corretos que usam menos água para produção”, explica.

A Sand Beach Club chega ao mercado varejista neste mês de março. Em abril, estará no atacado. E o lançamento oficial será na Feira Internacional Opera, que acontece em São Paulo.

Quais os números da operação

Ao longo dos 14 anos e a despeito da pandemia, a venda de peças cresceu quase 10 vezes. Em 2009, o negócio movimentava 2 mil peças por ano. Em 2023, a previsão é de que comercialize mais de 20 mil unidades.

A expectativa também é alta em relação à Sand Beach Club. Segundo a empreendedora, a nova marca tem a capacidade de contribuir para que as três marcas juntas somem 40 mil peças no fim de 2024.

Hoje, o negócio atende o varejo com uma loja em Perdizes e a entrega de malinhas com as coleções na casa dos clientes. No atacado, as vendas são feitas durante as feiras de moda. A marca conta ainda representantes em todo o Brasil e são mais de 40 pontos de vendas em multimarcas.

No digital, a atuação é a partir de ecommerce próprio e em marketplaces como Netshoes e Mercado Livre.

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