Negócios

Eike vai investir em remédio para impotência

Outra aposta do empresário pode ser em um laboratório para clonar cachorros


	Eike Batista, CEO da EBX, durante um encontro com investidores no Rio de Janeiro, em uma foto de maio de 2012
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Eike Batista, CEO da EBX, durante um encontro com investidores no Rio de Janeiro, em uma foto de maio de 2012 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 10h12.

São Paulo - Eike Batista ainda não está totalmente recuperado do colapso vivido pelo grupo EBX, mas o empresário não perde tempo e já dá os primeiros passos para começar novos negócios no país. Desta vez, no entanto, em setores totalmente diferentes das suas últimas apostas.

Segundo informações do Financial Times, Eike teria assinado um acordo com a companhia CL Pharm, da Coreia do Sul, famosa por desenvolver remédio contra impotência sexual.

O empresário teria fechado contrato avaliado em 12 milhões de dólares para a construção de um laboratório da companhia asiática no Brasil.

As negociações com a CL Pharm começaram em abril deste ano, quando Eike visitou a Coreia do Sul. Outro conversa iniciada no país asiático foi com o cientista Hwang Woo-suk, que possui laboratórios de clonagem de cachorros.

Enquanto inicia novos negócios, Eike ainda aguarda julgamento da Justiça no Brasil por supostos crimes no mercado de capitais.

Na última quarta-feira, a defesa do empresário entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região, no Rio de Janeiro.

Acusações

Eike e outros sete ex-executivos da OGX foram denunciados pelo Ministério Público Federal em São Paulo por falsidade ideológica, indução de investidores a erro e formação de quadrilha.

Segundo comunicado do MPF, eles são acusados de induzir milhares de investidores ao erro quando anunciarem informações inverídicas sobre o potencial da petroleira.

"O grupo prometeu a realização de negócios bilionários em operações de extração de petróleo nas bacias de Campos e Santos, mas as projeções foram baseadas em dados inverídicos", disse o MPF, em nota.

Além de Eike, Paulo Mendonça, ex-diretor de exploração e ex-diretor-presidente da OGX, Marcelo Torres e Roberto Monteiro, ex-diretores financeiros e de relações com investidores, Reinaldo Vargas, ex-diretor de produção, Paulo Guimarães, ex-diretor de exploração, Luís Eduardo Carneiro, ex-presidente da OGX e da OSX, e José Roberto Cavalcanti, ex-diretor jurídico, tiveram seus nomes citados no processo.

Ainda de acordo com a Justiça, todos incorreram em falsidade ideológica, indução de investidores a erro e formação de quadrilha. Eles também foram denunciados por manipulação do mercado de capitais.

“Tais fraudes atingiram diretamente a credibilidade e a eficiência do mercado de capitais brasileiro ao contaminar, no período de 2009 a 2013, a negociação de milhões de ações da OGX e da OSX, com o envolvimento de agentes financeiros, igualmente ludibriados pelas falsas informações produzidas em seu âmbito”, disse Karen Louise Jeanette Kahn, a procuradora da República e autora da denúncia.

Para ela, tais condutas desaguaram no prejuízo a milhares de investidores, no Brasil e no estrangeiro, além do consequente influxo de investimentos em ativos mobiliários negociados no país.

Se condenado, Eike pode ser obrigado a cumprir de quatro a 14 anos de prisão.

Fora da OGX

Recentemente, Eike deixou de ser o principal acionista da OGX. Dando continuidade ao processo de recuperação judicial da petroleira, o empresário entregou aos credores o controle da companhia e, ao mesmo tempo, se livrou da dívida bilionária que tinha no mercado.

Segundo documento protocolado na CVM, na última quinta-feira, a OGX aprovou a capitalização dos créditos concursais e extra-concursais da companhia com credores que aderiram ao plano de recuperação judicial da empresa.

Sendo assim, a OGX capitalizou um total de 13,8 bilhões de reais, valor da dívida, e transferiu mais de 70% das ações da companhia para os credores. Com a mudança, a OGPar, controlada ainda por Eike,  ficou com  28,5% dos papéis da petroleira.

“Nos termos do plano de recuperação, a efetiva entrega das ações da OGX aos credores representa pagamento integral dos referidos créditos, desobrigando e desonerando, por completo, a OGX, OGPar e OGX Áustria como devedoras principais”, disse o documento.

Ainda, segundo o documento, a estratégia vai permitir a manutenção e crescimento das atividades e operações do grupo OGX a partir de agora.

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