Eike Batista, dono da MMX, teria vendido minas de extração de minério de ferro improdutivas para os britânicos da Anglo American (.)
Diogo Max
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - O empresário Eike Batista está metido numa encrenca entre uma mineradora britânica, uma empresa do Oriente Médio e duas minas de ferro no Brasil. O dono do grupo EBX teria criado uma saia justa para a Anglo American, que comprou duas minas da MMX e herdou um contrato que não consegue cumprir com a Gulf Industrial Investiment Co. (GIIC), processadora do minério de ferro no Bahrein.
Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo, Eike fechou acordo para fornecer minério de ferro por 20 anos à GIIC, no ano de 2006. Em seguida, em 2008, vendeu por 6,6 bilhões de dólares duas de suas minas da MMX para a britânica Anglo American, que também herdou o contrato com a empresa do Bahreim.
O problema, de acordo com a reportagem do Estado de S. Paulo, é que as duas minas (uma no Amapá e outra em Minas Gerais) conseguem extrair muito menos minério de ferro do que se previa - apenas 20% do que se esperava. Resultado: a Anglo ficou com um contrato que não consegue cumprir e os árabes sem minério de ferro para processar.
Em novembro passado, a revista Exame já havia antecipado que o acordo não havia dado certo para os executivos da Anglo American.
Pelo acordo, a GIIC deveria receber anualmente 13 milhões de toneladas do minério de Ferro. No ano passado, a mina do Amapá embarcou somente 2 milhões de toneladas. Já a planta de Minas Gerais só deve começar a funcionar em 2012.
Na reportagem, o grupo EBX, que controla a mineradora MMX, preferiu não comentar o caso. Já a Anglo American negou que tenha fechado acordo neste ano com a CSN para compra de minério de ferro - questão levantada pela reportagem do Estado de S. Paulo - para manter o contrato com a GIIC.
Já os árabes, apesar dos transtornos, não estão ofendidos com os dois parceiros. "O Eike é uma pessoa decente e honesta", disse Al-Qadeeri, executivo da GIIC, que também afirmou ter um bom relacionamento com a Anglo American.
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