Agente da Polícia Federal caminha no Aeroporto Internacional do Rio à espera de Eike Batista (Ueslei Marcelino/Reuters)
Luísa Melo
Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 10h19.
Última atualização em 30 de janeiro de 2017 às 16h53.
São Paulo - O empresário Eike Batista, que teve prisão preventiva decretada na última quinta-feira (26) já está sob custódia Polícia Federal. Ele foi detido nesta manhã ao desembarcar no aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
Eike estava em Nova York, nos Estados Unidos, e era considerado foragido. Ele embarcou para o Brasil nesta segunda-feira (30) às 0h45. O voo estava previsto para chegar às 10h30, mas o avião aterrissou por volta das 10h05.
Segundo a PF, o empresário passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio, e depois foi levado diretamente para o presídio Ary Franco, na zona Norte da cidade. O local abriga criminosos que cometeram delitos contra o sistema federal e não têm curso superior.
Em entrevista a jornalistas na porta da penitenciária, o advogado de Eike, Fernando Martins, disse que não sabe dizer se o empresário ficará em uma cela comum, já que ainda não teve acesso ao ambiente. Sem diploma, ele não tem direito a ficar em uma área de detenção especial. Martins afirmou que a prioridade da defesa agora é garantir a integridade física do cliente.
Ao programa Fantástico, da TV Globo, na noite de domingo (29) em Nova York, Batista declarou que “está na hora de passar as coisas a limpo”. De acordo com o advogado, isso significa que "ele prestará todos os esclarecimentos necessários".
Eike é investigado na Operação Eficiência, no âmbito da Lava Jato, por corrupção ativa por pagar 16,5 milhões de dólares ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral por meio de uma conta no Panamá.
O político, detido desde novembro, é acusado de comandar uma organização criminosa que já lavou mais de 100 milhões dólares no exterior, segundo o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.
O dinheiro teria sido desviado de obras públicas feitas no estado durante a gestão de Cabral.
Os investigadores ainda não sabem dizer qual a contrapartida recebida pelo empresário pela suposta propina, mas defendem que sua prisão se justifica pelo fato de ele usar falsos negócios para forjar a legalidade de dinheiro lavado e, assim, “escamotear a verdade” dos órgãos públicos.
Para maquiar o montante pago a Cabral, ele teria criado um contrato de fachada para a intermediação de compra e venda de uma mina de ouro que nunca aconteceu.