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"Efeito Steinbruch" faz Techint e Nippon se unirem

Um raro consenso entre os grupos controladores da Usiminas fez a presidência do Conselho de Administração voltar para os maiores acionistas da siderúrgica


	Bobinas de metal da Usiminas: a discordância entre os sócios controladores da Usiminas explodiu em setembro de 2014
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Bobinas de metal da Usiminas: a discordância entre os sócios controladores da Usiminas explodiu em setembro de 2014 (.)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2016 às 19h29.

São Paulo - Um raro consenso entre os grupos controladores da Usiminas fez a presidência do Conselho de Administração da maior produtora de aços planos do Brasil voltar para os maiores acionistas da siderúrgica, em assembleia realizada nesta quinta-feira.

A votação em Belo Horizonte elegeu Elias Brito para a presidência do Conselho da Usiminas, nome indicado pelo grupo Techint em concordância com a Nippon Steel, segundo ata da assembleia enviada ao mercado que confirmou informação publicada pela Reuters mais cedo.

Brito vai substituir o advogado Marcelo Gasparino, indicado por acionistas minoritários e que havia sido eleito no ano passado depois que os dois grupos controladores da Usiminas não chegaram a um nome em comum.

"Acredito que foi o efeito Steinbruch", disse uma fonte próxima da gestão da Usiminas, em referência ao presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch.

A CSN, principal acionista minoritária da Usiminas, conseguiu na quarta-feira autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para indicar conselheiros para a Usiminas, em uma decisão contestada pela siderúrgica mineira e também pelos grupos Techint e Nippon Steel.

A discordância entre os sócios controladores da Usiminas explodiu em setembro de 2014, quando a Nippon Steel assumiu o comando da gestão da empresa brasileira em meio à demissão de altos executivos indicados pela Techint, incluindo o ex-presidente-executivo da siderúrgica. Procuradas nesta quinta-feira sobre a nomeação do Conselho da Usiminas, a CSN e a Techint não comentaram o assunto. A Nippon Steel não comentou de imeadiato.

"É o primeiro sinal de que se voltou a ter um pouco de racionalidade... Desde setembro de 2014 não havia consenso", disse outra fonte ouvida pela Reuters. "Mas é uma aproximação, não é um casamento." Apesar do acordo para a presidência do Conselho da Usiminas, a ata da assembleia dos acionistas da siderúrgica seguiu manifestando a disputa entre Nippon Steel e Techint.

A Techint fez constar da ata protesto em que afirma que o presidente-exeucutivo, Rômel Erwin de Souza, e o diretor de planejamento corporativo, Nobuhiko Takamatsu, "violaram deveres fiduciários e atuaram em afronta ao melhor interesse da companhia" ao longo de 2015. Enquanto isso, a Nippon Steel fez protesto sobre "conduta omissa e irresponsável dos diretores Tulio Chipoletti (vice-presidente industrial) e Ronald Seckelmann (vice-presidente financeiro)" durante o ano passado.

INIMIGO EM COMUM Caso os controladores da Usiminas não tivessem consenso em torno de um nome para a posição de chairman, um dos indicados pela CSN poderia ter sido eleito para chefiar o Conselho da siderúrgica.

Além dos dois conselheiros indicados pela CSN, o novo Conselho da Usiminas terá outra vaga de acionistas minoritários, que ficou com Francisco da Costa e Silva, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Silva foi o representante indicado pelo BTG Pactual, com apoio da massa falida do Banco Econômico. A Geração Futuro não conseguiu eleger representante no Conselho, segundo a ata da assembleia.

Os conselheiros eleitos pela CSN foram Gesner Oliveira (ex-presidente do Cade) e Ricardo Antônio Weiss (presidente do Conselho da empresa de logística Log-In). A CSN também elegeu dois representantes para o conselho fiscal da Usiminas.

Os grupos Nippon Steel e Techint continuam com três vagas cada no colegiado, enquanto a Previdência Usiminas segue com uma cadeira e os empregados com outra. Todos os conselheiros têm mandato até assembleia a ser realizada em 2018.

Elias Brito é formado em Ciências Contábeis. O executivo, que já havia sido indicado pela Techint na assembleia do ano passado, é membro do conselho fiscal da petrolífera Petrorio e perito judicial contábil do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

A próxima reunião do Conselho da Usiminas, que será presidida por Brito, acontece em 12 de maio. Segundo uma das fontes, com o acordo entre Nippon Steel e Techint nesta quinta-feira na eleição do Conselho, a tendência é que o presidente-executivo da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, prossiga no cargo.

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